As exportações brasileiras para os países árabes totalizaram US$ 12,57 bilhões em 2010, o que representou um crescimento de 34% em relação ao ano anterior. As importações brasileiras provenientes dos países árabes também registraram desempenho expressivo, fechando 2010 com US$ 6,96 bilhões, uma alta de 33% em relação ao ano anterior.
Segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, o bom momento comercial entre o Brasil e os países árabes deverá marcar também este ano. “Vemos esses números com muito otimismo, pois é importante lembrar que vários países no mundo ainda se recuperam da retração do comércio global. Acreditamos que 2011 será um ano de muitas oportunidades em diversos segmentos da economia”, diz Salim Taufic Schahin, presidente da entidade. Segundo Schahin, outro ponto a destacar é o fato de que o resultado em divisas nas operações bilaterais entre Brasil e os países árabes é visivelmente favorável ao Brasil, registrando um superávit recorde de US$ 5,61 bilhões em 2010.
Feiras, eventos e missões para diversos países do mundo árabe são algumas das atividades que a Câmara Árabe realiza frequentemente para fomentar as relações comerciais entre esses povos. “As perspectivas para este ano são excelentes. Acreditamos que para 2011 teremos um incremento entre 12% a 15% nas relações comerciais entre brasileiros e árabes e vemos um potencial enorme em diversos segmentos da economia”.
De acordo com análise da Câmara Árabe, há muitas oportunidades que podem ser exploradas ao longo de 2011 para diversificar ainda mais essa relação comercial, com oportunidades em diversos segmentos da economia. “Apenas como exemplo, as importações per capita de produtos de moda no mundo árabe são superiores à média mundial. O Brasil tem espaço para se tornar um importante fornecedor promovendo conceitos próprios em roupas, calçados, cosméticos e jóias, para mercados como Emirados árabes Unidos, Árabia Saudita e Egito”, diz o presidente da Câmara Árabe. O setor de maquinário também é promissor – segmento cujos produtos possuem alto valor agregado e estão entre os mais requisitados pelos árabes – são potenciais para a diversificação da pauta de produtos brasileiros exportados aos países árabes.
Exportações brasileiras
Do total de US$ 12,57 bilhões registrado pelas exportações brasileiras para os países árabes em 2010, quatro países destacaram-se como principais destinos: Árábia Saudita, Egito, Emirados Árabes e Argélia. A Arábia Saudita respondeu por US$ 3,09 bilhões do total exportado em 2010, o que representa um crescimento de 59% em relação ao mesmo período de 2009. Seguida do Egito, que participa com US$ 1,97 bilhão e variação positiva de 36% em relação a 2009; os Emirados Árabes (US$ 1,85 bilhão e crescimento de 4,7%) e a Argélia (US$ 838,75 milhões e incremento de 17%).
As exportações brasileiras para os países do Golfo Arábico em 2010 registraram US$ 6,77 bilhões, com aumento de 35% em relação a 2009. Para os países do norte da África foram exportados US$ 4,51 bilhões, com incremento de 36% em relação a igual período do ano anterior. Para os países do Levante, o total chegou a US$ 1,30 bilhão, uma expansão de 25% em relação a 2009.
Na pauta dos principais produtos exportados para os países árabes em 2010 os açúcares estão na liderança, respondendo por US$ 3,86 bilhões e crescimento de 50% em relação ao ano anterior; em seguida estão as carnes (US$ 3,23 bilhões e aumento de 19%) e os minérios (US$ 2,20 bilhões e crescimento de 137% em relação a 2009). “Hoje as exportações estão concentradas em açúcar e carne, mas existem oportunidades para cereais como o milho e a soja, para o leite em pó, além de diversos alimentos industrializados”, afirma Salim Taufic Schahin, presidente da Câmara Árabe, complementando que os principais destinos para estes produtos são Arábia Saudita, Emirados Árabes e Egito.
Importações
As importações brasileiras provenientes dos países árabes também obtiveram ótimo desempenho, fechando 2010 com US$ 6,96 bilhões e registrando aumento de 33% em relação a 2009, crescimento que se repetiu também nos outros grupos de países árabes como Golfo Arábico, com US$ 2,75 bilhões (+ 59%); norte da África, com US$ 3,42 bilhões (+24%), e países do Levante, com US$ 789,29 milhões e crescimento de 7% sobre 2009.
Na lista dos principais produtos importados em 2010 os combustíveis minerais estão na liderança, respondendo por US$ 5,74 bilhões do total de importações e com variação positiva de 27,5% em relação ao ano anterior. Na seqüência estão, com participação muito menor, os adubos e fertilizantes – US$ 654,53 milhões e variação positiva de 83% – e o grupo que compreende sal, enxofre, gesso, cal e cimento, registrando US$ 172,70 milhões e variação positiva de 67,5% em relação ao ano anterior.