Em um ano de expectativas otimistas quanto à recuperação dos preços, os suinocultores do Rio Grande do Sul foram surpreendidos com a queda nos valores pagos. Conforme a Associação dos Criadores de Suínos do Estado (Acsurs), o derretimento dos preços a partir da segunda semana de janeiro chegou a 21%.
A frustração com os primeiros resultados do setor, depois de um início de recuperação em julho do ano passado, deixou os criadores apreensivos.
“Mais uma vez, o produtor é quem está pagando a conta”, diz Valdecir Folador, presidente da Acsurs.
Na primeira semana de janeiro, conforme a associação, o preço pago ao produtor pelo quilo do suíno estava entre R$ 2,80 e R$ 3. Na primeira quinzena de fevereiro, a média caiu para R$ 2,20 a R$ 2,35.
“Além dessa queda, que não esperávamos, tem o custo de produção. Os preços do milho e da soja subiram muito”, reclama um produtor de Rondinha que entrega 2 mil animais para o abate todos os meses.
Diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips) do Estado, Rogério Kerber, diz que as médias obtidas pela entidade apontam uma redução, neste período, de 7% – de R$ 2,63 para R$ 2,44.
“Se há um desconforto, é de toda a cadeia. Quando o preço pago não está adequado, isso repercute diretamente nas empresas”, afirma Kerber.
A retomada nos preços no final de ano passado, aliada à redução na demanda do mercado interno e das exportações, são os principais fatores apontados por Kerber para essa diferença nos valores.