Com a implantação de uma unidade produtora da Petrobras em Uberaba (MG), o governo federal planeja alcançar, em 2014, autossuficiência na fabricação do gás amônia, base para o principal tipo de fertilizante utilizado na agricultura, a ureia.
Na assinatura do protocolo de intenções para a construção da fábrica e de um gasoduto para abastecer a unidade, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse que o governo buscará os mesmos resultados obtidos com o petróleo no governo Lula.
“Dissemos que seríamos autossuficientes em petróleo e conseguimos. O mesmo faremos com os fertilizantes”, discursou. A pretensão é estratégica, segundo a presidente, já que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
A UFN (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) 5, como foi chamada, produzirá 519 mil toneladas por ano de amônia. Pelos planos, as obras serão entre fevereiro de 2012 e dezembro de 2014, ao custo de US$ 1,3 bilhão.
A Petrobras é a principal produtora de amônia no Brasil, seguida pela Vale.
Para o diretor-executivo da Anda (associação para difusão de adubos), David Roquetti Filho, iniciativas para reduzir a dependência internacional de fertilizantes são “bem-vindas”.
O país importou 15,2 milhões de toneladas dos “intermediários” -misturados para a elaboração dos fertilizantes finais (veja quadro).
De acordo com a presidente, o governo despertou para a necessidade de reduzir a dependência das importações durante a crise de 2008.
Uma estrutura terá que ligar o gasoduto Brasil-Bolívia à fábrica. O fertilizante depende do gás natural, que fornece hidrogênio para a composição da amônia.
Uma conexão de dutos será construída pela Cemig (companhia energética de MG), por R$ 750 milhões.