Saneamento básico e abastecimento de água para consumo e produção de alimentos de modo sustentável no meio rural brasileiro. “Esses são os desafios que se impõem na atualidade”, afirmou nesta terça-feira (22), em Salvador (BA), o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence, durante a abertura das Comemorações no Dia Mundial da Água. O seminário, que teve como tema o “Uso da água e seus impactos sociais”, foi organizado pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), autarquia da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).
Florence destacou a importância do saneamento básico e do abastecimento de água em áreas rurais do semiárido baiano no programa de combate à pobreza extrema que será desenvolvido pelo governo federal. “É no semiárido que se encontram as famílias nas condições de extrema pobreza e estão muitos agricultores familiares isolados. O combate à pobreza extrema é um programa que não terá como fundamento apenas a relação renda e benefícios. Ele também vai promover a inclusão produtiva das famílias”, explicou. O ministro disse que, para identificar essas famílias, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) vai utilizar o bancos de dados da Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP/Pronaf).
Florence lembrou que a Bahia é o estado com maior contingente de agricultores e agricultoras familiares do País. Segundo o Censo Agropecuário 2006 do IBGE, o estado conta com 665,8 mil propriedades familiares, que ocupam 34% da área total dos estabelecimentos agropecuários e respondem por 81% do pessoal ocupado no meio rural. Esses produtores respondem por 44% do valor bruto da produção agropecuária baiana. O ministrou definiu como “essencial” o investimento no Semiárido, região que ocupa a maior parte do estado e onde há concentração de famílias em extrema pobreza. E destacou a importância do programa Água para Todos, do governo da Bahia, que implanta sistemas de abastecimento de água e cisternas nas regiões mais secas do estado.
“Estão postas para os gestores as reflexões necessárias para conservar a biodiversidade e cumprir as tarefas à frente. Será necessário um enfrentamento de uma série de itens com uma profundidade inédita”, afirmou Florence para os mais de 200 presentes no seminário, entre gestores públicos e do legislativo e representantes da sociedade civil.
O Dia Mundial da Água foi criado em 1992, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse ano, a Nações Unidas propôs o tema “Água para as cidades: respondendo ao desafio urbano”, que alerta para expansão urbana desordenada, mudanças climáticas e industrialização sobre os recursos hídricos.