Em dois meses e meio, os preços dos ovos, leite e cortes de segunda (costela, patinho e músculo) tiveram aumentos de até 40%. Esse foi o caso da dúzia de ovos, que passou de R$ 2,25 (janeiro) para R$ 2,82 (março) nos supermercados de Curitiba, conforme os números dos Disque Economia Serviço da Secretaria Municipal de Abastecimento. As causas seriam a quaresma, entressafra, preço de insumos, migração de consumo por conta do aumento dos preços das verduras devido às chuvas e até mesmo o fim das férias, segundo os especialistas ouvidos pela reportagem do Jornal do Estado.
O aumento dos ovos é explicado como sazonal e devido ao período da quaresma, no qual o consumo de carne de gado tradicionalmente cai. Segundo o agrônomo Roberto Andrade Silva, responsável pela divisão de pecuária e aves do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), no atacado a caixa de 30 dúzias passou de R$ 35 em janeiro, para R$ 37 em fevereiro e na semana de 14 a 18 de março, foi comercializada a R$ 40.
Silva acrescenta ainda que com o fim das férias, o consumo volta ao normal e há uma retomada da demanda. “Aliado ao isso, com esse tempo chuvoso e a temperatura mais baixa as pessoas já passam a comer mais em casa. Fazem um ovo frito ou mexido, um bolo para acompanhar o café ampliando a demanda”, comenta.
Já o aumento nos preços dos cortes de segunda — costela (4,05%), patinho (5%) e músculo (3%) — seria resultado de uma migração de consumo e readequação do mercado, uma vez que os cortes de primeira tiveram queda de até 16% (picanha). “O consumidor tem um valor pré-definido para gastos e quando um determinado produto fica mais caro, ele acaba mudando para outro para fazer a chamada mistura”, explica. “Os cortes mais caros, acabam tendo uma procura menor e por isso, os preços recuam”, diz.
O aumento de até 177% de algumas frutas, verduras e hortaliças também pode ser uma das causas para o aumento do preço dos cortes de segunda e dos ovos.