A empresa suíça Buhler prevê investir R$ 10 milhões na instalação de uma nova unidade produtiva no País no ano que vem. Além disso, a empresa, que atua no desenvolvimento de tecnologias para industrialização de grãos no mundo, espera um crescimento no País de até 15% ao ano.
A fábrica será instalada em Joinville, Santa Catarina, e terá como foco a produção de máquinas para o beneficiamento de grãos, o manuseio de grãos e a produção de óleo vegetal. Segundo o diretor Financeiro da Buhler na América do Sul, Roger Fischer, essa nova unidade produtiva, substituirá a antiga fábrica de montagem, que a empresa possuía na mesma cidade. “Nós estamos em Joinville desde 2006, e estamos no País há mais de 56 anos. Aqui nós temos uma fábrica pequena, que chamamos de workshop onde apenas montamos maquinários de pequeno porte e periféricos. A partir de 2012, com essa nova unidade, teremos a fabricação de maquinários aqui, favorecendo as beneficiadoras de grãos, manuseio de graneleiros, indústria de óleo e indústria de ração animal”, confirmou Fischer com exclusividade ao “DCI”.
Além de atender à demanda brasileira, a fábrica exportará cerca de 40% dos equipamentos produzidos para outros países, sendo que desse volume, 85% irão para a América do Sul e 15% irão para a América do Norte. O investimento total será de R$ 10 milhões, sendo a fábrica brasileira será a segunda de grande porte no continente americano, perdendo apenas para a unidade situada nos EUA. “A nossa expectativa é crescer mais de 10% ao ano, e essa fábrica nova irá nos ajudar nisso. Com isso podemos crescer até 15% ao ano. Nós acreditamos que com essa fábrica teremos maior competitividade no mercado. O Brasil tem potencial agrícola, e nós apostamos nisso”, frisou.
Fisher contou que a companhia definiu o Brasil como matriz oficial para toda a América Latina devido à consolidação do mercado brasileiro de grãos. Em 2010, as vendas de máquinas para processamento de grãos responderam por 64% do faturamento da subsidiária brasileira, que foi de R$ 120 milhões, o maior em toda a América do Sul. Hoje, a Buhler Brasil já responde por quase 9% do faturamento global, que foi de R$ 3,27 bilhões no ano passado. “Estávamos estudando diversas localidades pelo mundo para a nova fábrica e o Brasil foi a nossa escolha por diversas razões. Em 2010, por exemplo, o país quebrou o recorde de consumo de 4,7 quilos per capita de café. Isso não acontecia há quase 5 décadas. Aqui já é o centro de produção de muitos grãos, como a soja. Além disso, as constantes safras recordes de grãos em geral estão criando uma tendência: não se consegue estocar tudo que se consome, por isso, para que não se tenha desperdício da produção, parte do mercado está industrializando os grãos e criando mecanismos para capitalizar de maneiras diferentes a sua produção”, garantiu.
A Buhler afirmou que seus planos de expansão no País, não incluem somente fábricas, mas unidades de assistência técnica também. No último mês, a empresa inaugurou, em Rondonópolis, no Mato Grosso, uma unidade de assistência que atenderá exclusivamente empresas fabricantes de óleos e rações animais a partir de grãos de toda a Região Centro-Oeste.
A Fischer não descarta que as aquisições fazem parte dos planos do grupo, lembrando que no ano passado, a empresa adquiriu a companhia brasileira Famac, em Blumenau, e a Schmidt-Seeger, na Alemanha. Em 2009 o grupo já havia incorporado a seus negócios a americana Aeroglide. Para essa unidade em Joinville, o diretor reconheceu que o grupo buscou no mercado brasileiro empresas que podiam ser adquiridas, entretanto a opção final foi por construir uma nova unidade. “Para essa ampliação nós até pesquisamos a possibilidade de comprar uma empresa aqui, mas achamos melhor construir uma unidade própria. Isso é uma coisa natural, até por sermos uma multinacional em plena expansão na América do Sul, antes de se investir analisamos diversas possibilidades”, garantiu ele.
A escolha de Joinville foi pela proximidade da fábrica com quatro portos importantes para a empresa que completou 150 anos de atuação no mundo.
“Escolhemos Joinville por alguns pontos interessantes, os quatro portos na proximidade da empresa e a grande oferta de mão de obra qualificada que o estado possui.”
A equipe Buhler será composta por cinco especialistas em processamento de grãos, que farão um atendimento mais personalizado aos clientes. “Com isso, queremos estar perto do cliente e criar a melhor solução para a sua necessidade”, disse Fischer.