As exportações mato-grossenses de carne recuaram 4% no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período de 2010. De acordo com levantamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, as vendas de carne encerraram os primeiros três meses do ano em 45,27 mil toneladas de equivalente carcaça – segundo menor número para este período dos últimos cinco anos – contra 47,08 mil toneladas no primeiro trimestre do ano anterior. Segundo as estatísticas, o volume embarcado este ano supera apenas o do primeiro trimestre de 2009, quando foram enviadas 35,04 mil toneladas. O mês de janeiro foi um dos que mais influenciou no comportamento das exportações este ano, uma vez que os embarques foram os menores desde fevereiro de 2009.
Em março, contudo, a queda foi de 10% em relação ao mês anterior, com um volume exportado de 15,14 mil toneladas de equivalente carcaça. Este recuo, segundo analistas, pode estar associado ao período de feriado do carnaval, uma vez que nos últimos três anos o volume registrado no mês de fevereiro era inferior ao observado em março. Na comparação com o mesmo mês em 2010, as exportações apresentaram redução de 15%, mas quando se compara com fevereiro de 2010, quando ocorreu o carnaval, a variação é positiva em 4%. Importando um volume de 4,21 mil toneladas de equivalente carcaça, a Rússia continuou sendo o principal destino da carne mato-grossense, representando 28% do total exportado. O preço médio da tonelada embarcada foi de US$ 3,77 mil, valorização de 3,22% em relação ao mês de fevereiro.
Na avaliação do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a combinação de fatores como a manutenção da cotação do dólar na casa de R$ 1,50, preços elevados internamente e problemas políticos no Oriente Médio, pode ter atrapalhado o desempenho das exportações no primeiro trimestre do ano. De acordo com analistas, estes fatores e o resultado do primeiro trimestre demonstram que, apesar de apresentar recuperação, a economia internacional ainda não está totalmente refeita do forte abalo que sofreu com a crise do segundo semestre de 2008.
“Como este primeiro semestre, juntamente com o último, é historicamente período de esfriamento natural da demanda internacional, o sinal de alerta ainda se encontra em meia-luz, com a continuidade da pressão”, alerta Boletim Semanal do Imea.
Mercado – Boletim divulgado na última segunda-feira pelo Imea aponta que a maior diferença entre a cotação média de preços praticada nos mercados físicos mato-grossense e paulista (spread) foi de 16,53%, registrada em dezembro de 2010. “Essa situação pode ser justificada por uma queda na precificação dos dois estados, porém, Mato Grosso apresentou uma desvalorização mais acentuada, 8,5%, enquanto que a baixa observada em São Paulo foi de 7,3%, o que justifica o aumento do spread entre os estados”.
Ainda de acordo com o Imea, a menor diferença observada foi de 9,52% no mês de maio do ano passado, “período em que o preço da arroba de ambos os estados apresentou elevação semelhante de 2,59% para São Paulo e 2,48% para Mato Grosso, o que explica a queda do spread”.
A arroba do boi gordo negociada no mercado físico em Mato Grosso encerrou a semana com uma média de R$ 90,84/arroba, no pagamento à vista, queda de 1,22%. Seguindo a mesma tendência, o preço médio da vaca gorda à vista apresentou desvalorização de 0,82% em relação à semana anterior, encerrando a semana com uma média de R$ 81,43/arroba.