Realizada anualmente pela Fundação MS, o levantamento dos custos de produção para a próxima safra da soja foi um dos temas abordados no evento Apresentação de Resultados de Pesquisa da Safra 2011/2012, realizado nos município de Naviraí, no dia 10, Dourados, no dia 12, Maracaju, dia 17, Brilhante, dia 19, e Sidrolândia, dia 25, todos no estado do Mato Grosso do Sul. Segundo Roney Simões, engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação MS, acompanhando os custos de produção para a próxima safra, comparativamente aos custos de produção da próxima safra, percebe-se um acréscimo em torno de 5% nesses custos.
“Essa avaliação está ligada, principalmente, ao preço dos fertilizantes, que tiveram um pequeno aumento na última safra e vêm ainda crescendo do ano passado para cá, devido à tecnologia integrada para esse custo de produção. Visando a renda, a cada ano temos a necessidade de fazer mais aplicações para o controle de pragas, principalmente lagarta e percevejo”, afirma Simões.
Para ele, mesmo com o pequeno acréscimo no custo de produção, os preços de mercado são bons, comparados a ultima safra. Ele diz ainda que em maio de 2010, ao fazer o levantamento dos custos de produção, o preço da soja variava na casa dos R$30. Hoje, trabalha-se com o preço da soja em torno de R$37.
“Isso, para concretizar uma receita bruta e uma margem operacional final, dá uma flexibilidade maior, ou seja, um resultado muito melhor para a safra. Essa variação é normal, mas o que percebemos é que, se o preço da soja continuar nesses patamares até o mês de outubro, o produtor dependerá exclusivamente do nível de tecnologia e das condições climáticas para obter sua produtividade e aí fechar o resultado econômico final da sua propriedade”, explica.
O engenheiro conta ainda que, fechando a última safra 2010/2011, mesmo diante de todos os problemas climáticos que ocorreram no Rio Grande do Sul, e com a questão do preço da soja, que fechou na casa de R$38 e R$40, a maior parte dos produtores conseguiu fechar seus negócios nessa faixa. Para ele, isso foi o que permitiu que a última safra fechasse positivamente, ou seja, mesmo diante de todas as dificuldades, o produtor conseguiu gerar lucro. Mas Simões faz algumas recomendações.
“Precisamos incentivar o produtor a manter um bom nível de tecnologia na sua propriedade e negociar com os fornecedores para tentar reduzir os custos. Um segundo ponto é tentar diluir a venda da soja não só no mercado médio, mas vender parcialmente essa soja ao longo do ano para que ele passe uma média boa de venda do produto e consiga ter uma rentabilidade final também boa”, orienta.
De acordo com ele, ainda não há como projetar a produtividade da próxima safra. Ele diz que, historicamente, trabalhou-se com a produtividade em torno de 50 sacas por hectare, média do Mato Grosso do Sul, e que é interessante que o produtor pesquise para verificar quais os pacotes tecnológicos que as empresas oferecem hoje.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Fundação MS através do número (67) 3454-2631.