Após estagnação de três semanas e de grande aflição por parte dos suinocultores, o preço de venda do suíno começou a reagir nos maiores centros de consumo. Em São Paulo, o mercado está bastante aquecido nessa semana com comercialização de 8.210 animais com preços variando entre R$ 42,00 e R$ 43,00 a arroba, o equivalente a R$ 2,24 e R$ 2,29 respectivamente, como informou a Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). Já no mercado regional, segundo a entidade, o valor comercializado em pequenos volumes está com referências entre R$ 43,00 e R$ 44,00 a arroba. Segundo a Scot Consultoria, em relação há trinta dias, o preço vigente no estado é 7,6% maior, e desde o início do ano, houve desvalorização de 25,7%.
Ainda que haja aumento da demanda, o elevado patamar dos grãos que compõem a dieta dos animais preocupa os suinocultores. Por isso, a ABCS vem insistindo fortemente junto ao governo federal que estabeleça medidas emergenciais para a sustentabilidade da suinocultura. Entre elas a liberação de maior quantidade da venda de milho a balcão da Conab, que tem variado de 10 a 14 toneladas/mês a depender do estado, já que hoje o setor necessita de pelo menos 54 toneladas/mês. Além disso, solicita também a prorrogação de dívidas contraídas referente a empréstimos de investimentos e custeios no setor.
Esta semana, o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar de Agropecuária, Valdir Colatto, também se reuniu em Chapecó com o presidente da Cooperalfa, Romeo Bet, para desenvolver uma estratégia comercial visando ampliar as vendas de carne suína, a começar pela rede Superalfa. O presidente da Cooperalfa acionou a equipe de suprimentos para que, até sexta feira dia 08, possa iniciar a operação.
Segundo a Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), o valor de comercialização do quilo do suíno nas principais cidades é de R$ 1,80, sem alterações se comparado a semana anterior, mas o mercado se mostra aquecido. Valor semelhante aos preços praticados no Paraná, conforme dados da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), que informou a cotação de R$ 1,90 pelo quilo do suíno. Já no Rio Grande do Sul, os preços estão um pouco acima, R$ 2,08.
Declarações
A expectativa é que os valores de venda tenham uma mudança substancial nessa semana. É grande a demanda dos frigoríficos pela carne suína e muitos negócios já foram fechados acima de R$ 2,40 o quilo do suíno vivo.
José Arnaldo Penna, vice-presidente da Asemg e presidente da Bolsa de Suínos de Minas Gerais
A suinocultura começa a dar sinais de melhora, é claro que está muito longe para dar lucro, devido ao tamanho prejuízo que nos encontramos, porém é um passo para chegarmos lá. Ainda estamos com um custo de produção de R$ 2,70 o quilo.
Losivanio de Lorenzi, presidente da ACCS
Mercado bastante aquecido, com procura por animais elevada em grande parte do estado. A diminuição dos animais disponíveis no mercado com peso necessário para o abate nas últimas semanas equilibrou a demanda com a oferta, e agora o mercado tem mostrado reações positivas.
Cleo Barbiero, presidente do Núcleo de Criadores de Suínos do Grande Sarandi