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Mercado Interno

Suínos mineiros recuperam valorização

Média do quilo do animal vivo já chegou a R$ 3,20, com alta de 41,59% ante junho. A tendência é de novos aumentos até o final deste mês no mercado gaúcho.

Os preços dos suínos, ao longo das duas primeiras semanas de julho, reverteram os resultados negativos acumulados desde maio e retomaram o crescimento. De acordo com a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), o preço do quilo animal vivo está em torno de R$ 3,20, o que representa uma valorização de 41,59% frente aos preços praticados em junho e de 68,4% se comparado com a cotação média praticada em maio. A tendência é de novos aumentos até o final deste mês. Segundo o presidente da Asemg, José Arnaldo Cardoso Penna, a retomada dos preços se deve à redução da oferta de carne de suíno no mercado interno.

Nas duas primeiras semanas de julho, o mercado de suínos mostrou retomada nos valores pagos pela carne. Em Minas, a procura por parte dos frigoríficos está aquecida. O preço do quilo do suíno vivo ficou acordado em R$ 3,20, após a Bolsa de Suínos de Minas Gerais, ocorrida na ultima quinta-feira. A tendência é de que os preços se mantenham em alta, com o quilo podendo ser comercializado até o final do mês a R$3,40.

A retratação nos preços observada ao longo de junho foi considerada atípica, uma vez que as temperaturas amenas estimulam o consumo do produto, promovendo os preços. “A tendência é de que os preços continuem em alta em todo o país, porém não mais tão expressiva como a observada nas últimas duas semanas. Além dos fatores de mercado, o aumento do consumo, devido à implantação das ações do Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (Pndes), irão contribuir para a sustentação dos preços”, diz Cardoso Penna.

Entre junho e maio, os preços do quilo do suíno vivo variaram entre R$ 1,90 e R$ 2,26 em Minas. O aumento da oferta e a desvalorização dos preços pagos pelo produto foram provocados principalmente por especulações de mercado que apontavam para à oferta no mercado interno muito inferior a demanda, o que alavancou o abate dos animais.

“A queda dos preços levou os produtos ao desespero. Em maio, por exemplo, o quilo do animal vivo foi comercializado a R$1,90, enquanto os custos de produção estavam em torno de R$ 2,70. Uma das medidas que adotamos foi o pedido de uma audiência publica na Câmara dos Deputados, onde sugerimos que o governo federal comprasse carne do mercado”, lembra Cardoso Penna.

Ainda segundo o vice-presidente da Asemg, ficou acordada a compra por parte do governo, porém o excesso de carne no mercado não foi comprovado, o que voltou a provocar alta no preço do suíno.

Embargo- Os boatos, segundo o representante da Asemg, tiveram como principal justificativa o anúncio de embargo a 85 agroindústrias brasileiras pelo governo russo e a pressão dos grandes compradores para que os preços fossem reduzidos. Com a possível suspensão da comercialização, os produtores, com receio da diminuição de animais para exportação e com os custos de produção em alta, despejaram a produção no mercado interno.

Consequência disso foi o alto numero de animais no Sudeste e Centro-Oeste vindos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, caracterizando uma grande oferta de suínos vivos e redução dos preços de vendas. Aliada a estes fatores, os custos de produção, em junho, atingiram recordes, principalmente pelo alto valor de venda das sacas de milho, inviabilizando grande parte das produções.

“Os produtores de suínos de Minas e do Sul do país registraram prejuízos enormes durante os últimos dois meses. O que esperamos é que os produtores consigam recuperar as perdas, caso contrário a produção no Estado poderá ser afetada” alerta Cardoso Penna.

Outro problema enfrentado tanto pelos suinocultores de Minas como dos demais estados produtores é a queda do poder de compra, que seguiu recuando em junho frente aos principais insumos, milho e farelo de soja. Com eles em patamares elevados e os preços do suíno vivo relativamente baixos, o produtor perdeu cerca de 5% do seu poder de compra frente ao milho e 2,4% frente ao farelo de soja, ao longo do mês.

A tendência em relação ao preço do milho é de novas elevações, isto pelas geadas registradas no Sul do país, que comprometeram parte da produção do cereal em momento de demanda aquecida.