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28 de julho: Dia do Agricultor

Brasil possui uma das mais prósperas produções agropecuárias do planeta. Por isso é posicionado entre os mais competitivos do mundo, com capacidade de atender ao aumento da demanda por alimentos.

“A nossa agricultura é conhecida no mundo todo pela produção tecnificada e seus sucessivos recordes. É com conhecimento que ajudaremos outros países na produção de alimentos.”

Prover alimentos. Em algum momento, em nossa evolução, o homem descobriu que podia tirar da terra o alimento. O domínio das primeiras culturas, o desenvolvimento das primeiras ferramentas, primeiras técnicas de manejo, e após todas as revoluções na agricultura, a tecnologia continua sendo a melhor aliada da produção agrícola mundial. Cenário em que nosso País tem posição de destaque.

O Brasil possui uma das mais prósperas produções agropecuárias do planeta. Isso nos posiciona entre os mais competitivos do mundo, com capacidade de atender ao aumento da demanda por alimentos.

A crescente incorporação de novas tecnologias pelos produtores permite projetar que a produção agrícola brasileira pode evoluir sem afetar áreas de preservação ambiental e florestas. A principal preocupação na atualidade é como produzir mais, na mesma área física.

Sempre aliando novas formas de produção à ciência e à tecnologia, os agricultores brasileiros além de alimentar nossa população, produzem excedente que são exportados para mais de 180 países. O trabalho destes homens da terra representa em torno de 70,5% do PIB do agronegócio nacional, de um total de quase R$370 bilhões somando agricultura e pecuária.

“O país deve grande parte de sua prosperidade à economia agrícola; é justiça reverenciar aqueles que se dedicam ao cultivo da terra, transformando em riqueza dinamizada as dádivas naturais”. Essas são algumas das palavras do Decreto nº 48.630, instituído em 1960, para comemorar o dia do agricultor em 28 de julho, mesma data em que se celebra o aniversário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Por isso, a participação de instituições que atuem em prol do desenvolvimento agrícola brasileiro, gerando tecnologias por meio de pesquisas, é importante para que o agricultor desenvolva seu trabalho e mantenha-se no mercado. Este é o caso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), empresa vinculada ao Mapa, que atua em diferentes áreas geográficas e campos do conhecimento científico.

Para o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados/MS), Guilherme Lafoucarde Asmus, o produtor é peça importante no processo, porque ele é o meio para que a pesquisa desenvolvida pela Embrapa atinja seu objetivo final: trazer o benefício para toda a sociedade com alimentos de boa qualidade e quantidade aceitáveis, mais baratos, dentro das exigências atuais do mercado consumidor, com menos impacto sobre recursos naturais e melhor uso dos recursos físicos e financeiros, fazendo com que todos se beneficiem.

“O produtor é quem faz o uso das análises de pesquisa, orientado pela assistência técnica, para que essa pesquisa se consolide em resultados para toda a sociedade. Antigamente, ele era uma pessoa que executava as orientações da assistência técnica. Hoje, ele passou a ser agente: ele solicita e até exige a informação, traz à pesquisa seus anseios e suas demandas. discutindo juntamente com todos os demais membros da cadeia as melhorias necessárias”, afirma Asmus.

Apesar de considerar essa busca de capacitação e inovação ainda lenta por parte de alguns agricultores, o presidente do Grupo Plantio na Palha de Dourados (GPP), Angelo Cesar Ajala Ximenes, enfatiza a necessidade de o agricultor manter-se atualizado sobre as novas tecnologias focadas na sustentabilidade e implantá-las em seu negócio. “O agricultor não tem como fugir da sustentabilidade, ainda mais com a pesquisa a favor, com tecnologias como Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e consórcio milho com braquiária, que contribuem para maior rentabilidade e equilíbrio do solo. Quem quer se manter no mercado, precisa se adaptar”, enfatiza Ximenes.

É o que faz Lúcio Damália, produtor rural há 38 anos. Entre as tecnologias que já implantou estão o Sistema Plantio Direto (SPD) e o consórcio milho com braquiária. Além disso, faz cursos de capacitação, participa de palestras e dias de campo juntamente com seus empregados. “De maneira geral, o agricultor precisa correr lado a lado com a tecnologia que está disponível e acessível. É só procurar que se acha. O agricultor tem que se conscientizar do papel dele, não só como produtor de alimentos, mas também como alguém responsável pela sustentabilidade e pelo meio ambiente”, diz Damália.

O agricultor e pecuarista Pedro Pinto Lima, no setor há cerca de 30 anos, começou somente com a pecuária, mas, na constante busca por informações, percebeu que a diversificação seria a melhor saída para tornar sua produção mais rentável e sustentável. Há cerca de oito anos utiliza ILP, plantando milho com braquiária intercalados, assim como agricultura de precisão para homogeneizar o solo, o que garante produtividade maior em uma área menor. “Tem gente que acha que é preciso comprar mais terra para aumentar a lucratividade, mas se você cuidar bem da terra é possível ter uma boa produtividade”.

Mas Lima enfatiza: “A atividade do produtor rural é difícil. Há uma série de percalços que podem atrapalhar a produção. Muitas pessoas esquecem que por trás do mercado, existe uma cadeia de pessoas que trabalham sério para fornecer a comida para cidade, que precisa ser mais valorizada.”

Para o gestor de P&D, nada mais justo do que comemorar o dia do agricultor. “A balança comercial brasileira só é positiva e superavitária devido às exportações agrícolas. E a formação de uma nação passa obrigatoriamente pela conscientização de sua economia. Dentro desse processo, o segmento que contribui para isso é o agrícola. E o agricultor é o agente que transforma a tecnologia em produção, usando todos os recursos que ele tem à mão”, diz Asmus.