A diversificação de mercado é a maneira que as indústrias brasileiras encontraram para driblar os prejuízos provocados pelo embargo das importações de carnes da Rússia. Em Mato Grosso, assim como no Paraná e no Rio Grande do Sul, todas as empresas estão proibidas de exportar carne de aves, suínos e bovinos para o mercado russo. O embargo não tem prazo para acabar.
Para Antônio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Carnes (Abiec), além de focar em outros países como alternativa para comercializar a produção, as indústrias devem mirar também no mercado interno. Segundo ele, esse impasse não trará prejuízos irreversíveis para o Brasil e muito menos para Mato Grosso, que é considerado o terceiro maior exportador de carnes do país.
O problema que deveria ter terminado no final de julho ganhou ênfase com o embargo de mais 37 plantas frigoríficas brasileiras, elevando ao total de 126 as unidades processadoras que ainda estão proibidas de exportar ao mercado russo. O superintendente regional do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Francisco Costa, esclarece que nessa nova listagem não há unidades mato-grossenses, visto que no comunicado anterior todas as unidades atuantes no estado já haviam sido embargadas.
O presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindfrigo), Luiz Antônio Freitas, afirma que as empresas do estado estão investindo em mercados onde já atuavam, como por exemplo, a Venezuela. Os números do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Exterior (Mdic) confirmam essa tendência.
De janeiro a junho deste ano foram exportados para o país venezuelano cerca de US$ 147 milhões em produtos. O volume é 20% superior em relação aos embarques do ano anterior, que totalizaram US$ 122 milhões no período. Para o mercado russo, as exportações tiveram um leve aumento de 4%, passando de US$ 156 milhões para US$ 163 milhões.