Apenas sete meses após a previsão anunciada pelo ministro Wagner Rossi, o valor exportado pelo agronegócio brasileiro já superou a expectativa do Ministério da Agricultura para 2011, chegando a US$ 85,7 bilhões no período acumulado dos últimos 12 meses (agosto de 2010 a julho de 2011). O valor representa um aumento de 23,7% em relação aos 12 meses anteriores. O superávit comercial também subiu e alcançou US$ 69,8 bilhões.
Em janeiro deste ano, o ministro Wagner Rossi apresentou as previsões para as exportações do agronegócio brasileiro que poderiam chegar a US$ 85 bilhões até o fim de 2011, O Ministério da Agricultura previa que, com a média de crescimento de 14% ao ano na última década, seria razoável que houvesse um crescimento em torno ou acima de 10%.
Em relação aos principais destinos das exportações brasileiras, nos últimos 12 meses, foram constatados aumentos nos embarques para Argélia (104,7%), Espanha (55,9%), Japão (49,3%) e Rússia (40,9%). Os produtos mais exportados foram os do complexo soja (US$ 20,6 bilhões), os do complexo sucroalcooleiro (US$15 bilhões) e as carnes (US$14,8 bilhões).
Julho – No que se refere ao mês de julho, houve um incremento de 15,6%, em comparação ao mesmo mês de 2010. Nesse mês as exportações atingiram US$ 8,5 bilhões, resultando em superávit de US$ 1,4 bilhão.
As vendas recordes para o exterior em julho deste ano foram possíveis graças ao desempenho de três setores: o complexo sucroalcooleiro, que contribuiu com 53,1% do incremento das exportações (passando de US$ 1,351 bilhão para US$ 1,959 bilhão); o complexo soja com 31,6% (passando de US$ 1,496 bilhão para US$ 1,841 bilhão); e o café com 12,5% (passando dos US$ 406 milhões para os atuais US$ 550 milhões). Em todos eles, com exceção do café, a quantidade exportada teve redução, que foi compensada pela forte elevação dos preços externos.
As exportações brasileiras do agronegócio apresentaram crescimento em todos os destinos, A União Europeia recuperou uma parte da participação perdida nos últimos anos, passado de 25,8% para 26,6% do total.
Crise – Em relação à crise financeira mundial, o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, acredita que não haverá grande impacto nas exportações brasileiras. “A experiência de 2009 mostra que o impacto pode ser maior nos preços e não nas quantidades demandadas”, explica.
A posição do secretário é a mesma do ministro Wagner Rossi, que afirmou em coletiva na última terça-feira, 9 de agosto, que a demanda por alimentos continuará grande, mas os preços médios devem ter uma variação para baixo. “Mesmo assim, a agricultura será o grande esteio do Brasil para enfrentar as possíveis dificuldades mundiais”, afirmou Rossi.