A emergência de economias em desenvolvimento, combinada à demanda mundial por alimentos e biocombustíveis, tornou a agricultura o maior foco de investimentos econômicos. A afirmação é do professor da Universidade de Illinois, Peter Goldsmith, em painel que integrou a programação da Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil no dia 12 de agosto (sexta-feira).
Segundo o pesquisador, o segmento agropecuário tende a assumir a liderança no ranking de investimentos, hoje ocupada pelo setor industrial. “À medida em que a renda aumenta nos países, cresce o consumo de carne. Antes, as populações pobres se alimentavam prioritariamente de grãos, mas, hoje, esses produtos são base para ração animal”, apontou o pesquisador.
Impulsionada pelo desenvolvimento chinês nos últimos anos, a demanda mundial de alimentos teve efeitos no resto da Ásia e na América Latina. Entretanto, tirar vantagem desse cenário depende, ainda, da consolidação de uma logística eficiente. “Infraestrutura é fundamental para que o Centro-Oeste beneficie sua produção e atenda aos mercados em crescimento”.
Apesar desse cenário positivo, Goldsmith considera insuficiente o avanço da agricultura nos segmentos de pesquisa e desenvolvimento. “Se a produtividade se mantiver estável, atender a demanda crescente por alimentos e biocombustíveis exigirá a expansão da fronteira agrícola em milhões de hectares, além de outros prejuízos ambientais, como a emissão de carbono na atmosfera”, diz.
Institucional
A Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil Central é uma realização das federações da agricultura de Goiás, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Mato Grosso, que são entidades representativas do produtor rural. As federações agrupam serviços de aprendizagem e sindicatos e fazem parte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que atua no âmbito político nacional e tem representantes nos 26 estados e no Distrito Federal.