Com a colheita do milho safrinha praticamente encerrada nos municípios da região norte de Mato Grosso, produtores deixaram o descanso de lado para ultimar os preparativos da nova safra de soja, a 11/12. Em pleno vazio sanitário, época em que os produtores são proibidos de fazer o plantio da soja – até 15 de setembro – para evitar o aparecimento da ferrugem asiática, as tarefas agora estão voltadas para o preparo do solo. Apesar de a maioria dos produtores da região utilizar o plantio direto, alguns precisam corrigir o solo antes da semeadura.
O produtor Leonildo Barei, eleito no dia 5 deste mês presidente do Sindicato Rural de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá), acredita que no próximo plantio a área cultivada na região não deverá ser maior que a passada. Na safra 10/11, nos municípios localizados no entorno de Sinop, plantaram cerca de 500 mil hectares com a oleaginosa. Para a próxima safra, Barei acredita que se houver expansão, será por meio do aproveitamento de áreas de pastagem degradada.
“Estive em Marcelândia [município localizado a cerca de 220 km de Sinop] e lá há algumas áreas de pastagens que deverão ser transformadas em áreas de cultivo, mas isso ainda depende de autorização do Ibama. E tem muitas outras aí na região que poderão ser transformadas em plantio de soja”, informou. “É pouca coisa ainda, não tem o que falar em percentual de área”, disse quando questionado o tamanho da área que poderia ser incorporada.
Barei ainda aguarda dados oficias do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) para saber quanto foi colhido na região. “Não temos estes dados ainda, o Imea ainda está fazendo levantamento, pois há produtores de Santa Carmem, por exemplo, que compram em Sinop e isso precisa ser separado. Então, assim que esses dados estiverem computados, vamos ter o número exato da colheita por município e região”, explicou o motivo da falta de dados mais específicos em relação à safra passada.
Na safra 10/11, Sinop cultivou 130 mil hectares com soja e a expectativa é que a área no município também permaneça a mesma. A colheita no município chegou a cerca de 440 mil toneladas da oleaginosa e na região os números fecharam em cerca de 1,7 milhão de toneladas de soja.
A produtividade no norte de Mato Grosso foi maior que o restante do Estado. Enquanto boa parte dos produtores colheram em média 51,8 sacas por hectare, no ‘Nortão’ os agricultores chegaram a tirar do campo 57 sacas por hectare. A região de Sinop abrange os municípios de Santa Carmem, Cláudia, União do Sul, Tabaporã, Ipiranga do Norte, Itaúba, Analândia, Marcelândia e parte de Vera.
A previsão, conforme o presidente do sindicato, é que o plantio da próxima safra inicie a partir do dia 15 de setembro, já que as previsões climáticas apontam para um início de período chuvoso mais cedo que o registrado no ano passado, quando as primeiras lavouras foram plantadas a partir de meados de outubro, o que para o Estado caracteriza um certo atraso. “Mas isso tudo vai depender de como o clima vai estar, pois às vezes a previsão é de chuva, mas não para todos os lugares e sim em pontos isolados e aí o produtor não pode se arriscar”, salientou acrescentando que são necessários pelo menos 100 milímetros de chuva para que o plantio possa iniciar de fato, sem maiores riscos.