O preço do quilo do frango inteiro e os cortes de segunda, como músculo com osso e o acém, apresentaram altas de 11,93%, 20,96% e 15,47%, entre os dias 11 de julho e 15 de agosto. Os números são do Disque Economia e refletem os preços da entressafra do boi — já esperados para o período — e o aumento dos custos na avicultura em virtude do frio e o aumento dos preços do milho no mercado interno e externo. “O aumento do preço do frango foi o que mais chamou a atenção uma vez que o da carne bovina já é esperado nesta época do ano”, afirma o coordenador do Disque Economia, Henry Paulo Lira.
Como o frio dos últimos dias, para manter as aves aquecidas, os donos dos aviários precisam recorrer o aquecimento 24 horas por dia. “Com certeza esse fator aliado ao aumento do preço do milho, principal fonte de energias para os animais, são responsáveis por este aumento”, explica o médico veterinário da Federação Paranaense de Agricultura (Faep), Fabrício Monteiro.
Ele explica que no caso dos frangos pesa também o preço da soja no mercado externo, uma vez que o grão supre as necessidades de proteína na alimentação das aves. “Mas o que mais pesa é o preço do milho que mais que dobrou em um ano, passando de R$ 14,15 para R$ 24 em um ano”, conta.
No caso do preço dos cortes de bovinos, além da entressafra entra o aumento da demanda do consumidor curitibano que em dias mais frios recorre a cortes mais baratos para serem utilizados no preparo de sopas. Lira, em outras entrevistas sobre o tema, declarou que normalmente quando dos dias ficam mais frio, cai o consumo de cortes nobres mais procurados para o preparo de churrasco.
Monteiro ainda acrescenta que se soma a entressafra o fato do pecuarista não estar mais ampliando a oferta de carne para o abate. “Ele aprende a trabalhar com estoques mais reduzidos”, diz. Ele revela que hoje os frigoríficos têm escala para 2 dias, ou seja, a oferta de animais no mercado é suficiente apenas para abate durante apenas dois dias e não mais para cinco como antes. “E o mercado produtor está incentivando o pecuarista a investir em qualidade e não mais na ampliação do rebanho, através da compra de novas matrizes”, afirma.