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Agroindústrias

JBS com problemas

Mais uma vez os Estados Unidos rejeitaram e devolverem um carregamento de carne bovina processada de uma unidade do frigorífico JBS.

Mais uma vez os Estados Unidos rejeitaram e devolverem um carregamento de carne bovina processada de uma unidade do frigorífico JBS. A carga, proveniente de fábrica da JBS em Barretos (SP), foi barrada após as autoridades sanitárias americanas terem detectado níveis acima do permitido do vermífugo ivermectina (produto veterinário usado no combate a verminoses).

A JBS afirmou, por meio de sua assessoria, que a devolução do contêiner de carne enlatada é um caso isolado e que tem adotado todas as recomendações do acordo entre Brasil e EUA. A empresa disse ainda que as exportações para os Estados Unidas estão mantidas e que novos carregamentos estão sendo enviados para o país.

No ano passado, os EUA já haviam feito recall de carne processada da unidade da JBS em Lins (SP), pela mesma razão que o fizeram agora. A atitude do governo americano levou o Ministério da Agricultura a suspender temporariamente as vendas do produto aos EUA. O governo e as companhias foram obrigados a adotar uma nova forma de avaliação do nível do vermífugo, em escala menor do que o usado anteriormente, como exigido pelos americanos.

O presidente da Abiec (Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes), Antonio Camardelli, considerou o caso “um fato isolado” e não vê risco de uma suspensão das exportações brasileiras. “É o primeiro caso deste ano e não será o último. É um problema de governo, pois o Ministério da Agricultura aprova a utilização de vermífugos e várias licenças precisam ser revistas”, diz. Para resolver o problema, a Abiec defende diminuir a quantidade de licenças de vermífugos liberadas. “Vamos pedir que sejam revistas todas as licenças e que os de longa ação sejam suspensos do mercado”.

Na maioria dos Estados do país, a fiscalização das farmácias veterinárias ocorre por convênio entre o Ministério da Agricultura e as secretarias municipais. “Às vezes os Estados não recebem recursos e acabam não fiscalizando as farmácias veterinárias”, disse.

Segundo ele, os produtos enlatados passam por três checagens no Brasil. Uma com o boi vivo, outra com a matéria-prima e a última com o alimento pronto. “O produto acabou passando, pois os exames são feitos por amostragem. Como não são examinados 100% das latas nem 100% dos bois, o problema não foi detectado”.