A Syngenta projeta para os próximos cinco anos o lançamento das primeiras variedades de soja geneticamente modificadas, uma com maior tolerância à estiagem e outra mais resistente ao fungo da ferrugem asiática. A companhia trabalha ainda no desenvolvimento de transgênicos de segunda geração com maior teor de óleo. “Essas são as três principais vertentes da nossa pesquisa”, afirma Laércio Giampani, diretor-geral da multinacional para o Brasil.
O executivo diz que os pesquisadores ainda não vislumbram uma soja totalmente resistente à ferrugem, principal praga dessa lavoura no Brasil – e que movimenta um mercado de cerca de US$ 1 bilhão em agrotóxicos. “Vamos conseguir uma variedade que possibilite reduzir de 2,8 para 1,5 a duas aplicações de fungicidas por safra”, acredita. A Syngenta prevê, ainda para 2012, o lançamento de variedades tradicionais até 8% mais produtivas que as disponíveis hoje.
Giampani afirma que o Brasil tem potencial para aumentar de modo expressivo a produtividade de sua principal lavoura nas próximas safras. “Acredito que vamos atingir uma produtividade média de 4 mil quilos por hectare até 2013”. Para a safra 2010/11, o rendimento médio deve ser de aproximadamente 3,1 mil quilos.
Nos EUA, a companhia começa a negociar na próxima primavera transgênicos de milho com maior tolerância à estiagem. Segundo Chuck Lee, diretor-global de milho, as novas variedades oferecem um ganho de 10% a 15% de produtividade em condições de estresse hídrico, quando comparadas às variedades tradicionais.
Enquanto isso, o desafio de Lee é explorar o potencial de mercados ainda atrasado no que diz respeito à produtividade de milho – entre eles, o Brasil. O país colhe aproximadamente 4 mil quilos por hectare, ainda distante dos 10 mil quilos médios observados nos Estados Unidos.
Segundo a Syngenta, um produtor americano investe cerca de US$ 255 por hectare de milho, dos quais 73% em sementes e 27% em defensivos. No Brasil, esse valor não chega a US$ 190, sendo que mais da metade em defensivos.
“Com um pouco mais de investimento em biotecnologia, podemos aumentar a produtividade brasileira em 50% nos próximos anos”, acredita Lee. Contudo, nem mesmo os Estados Unidos estão próximos de um teto. “Em 15 anos, vamos dobrar nossa produtividade”, promete o americano.