As quatro unidades paranaenses da Usina Alto Alegre, que está habilitada para a produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana desde 2001, produzem energia suficiente para abastecer uma cidade com 600 mil habitantes. “Nossa usina produz essa quantidade de energia elétrica durante sete meses por ano, durante a safra”, explica o diretor agroindustrial das unidades de Junqueira e Florestópolis da usina, Cidisnei Gil Miguel. Para comercializar a energia, a usina utiliza as linhas de distribuição da Copel, pagando um pedágio à companhia pelo serviço. A comercialização é feita por meio de uma distribuidora, que “leva” a energia até o consumidor final.
Por se tratar de fonte de energia renovável, o governo federal subsidia 50% do valor do pedágio, como forma de incentivar esse tipo de geração. O desconto foi a solução para a Alto Alegre iniciar a produção, o que ocorreu somente quatro anos após a autorização para o começo da atividade.
“Se for uma usina pequena, a comercialização se torna pouco viável e a empresa precisa de mais incentivos do governo. Se for uma produção maior, como a nossa, a operação se torna viável e todos saem ganhando”, diz Miguel. “A usina e o produtor, porque aproveitam o bagaço e vendem a energia; e a Copel, porque recebe pedágio por um serviço que ela está apta a fazer sem comprometer sua estrutura.”
Nas quatro unidades da Usina Alto Alegre no Paraná, a cana passa por uma triagem que separa o caule das folhas. Parte das folhas é levada de volta aos campos, onde serve como adubo e proteção para o solo, enquanto o caule segue para o processo industrial de produção de açúcar e álcool. A palha que fica na usina é triturada, adicionada ao bagaço e, depois, vai para a caldeira para ser queimada.
A alta temperatura da caldeira é direcionada para um tanque com água, que evapora lentamente. O vapor move uma turbina e coloca o gerador de energia em funcionamento. Metade da energia produzida pelo gerador é usada pela própria usina, para atender as necessidades industriais, e o restante é comercializado.