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Política

Os sinais tranquilizadores do novo ministro

Mendes Ribeiro emite sinais tranquilizadores em relação a temas que incluem o embargo russo à carne suína brasileira e risco de corte de verbas para o setor com a decisão do governo de elevar o superávit primário em 2011.

Enquanto procura tomar conhecimento das atribuições como novo ministro da Agricultura, cargo que assumiu dia 23 de agosto, o gaúcho Mendes Ribeiro Filho (PMDB) procura emitir sinais tranquilizadores em relação a temas que incluem o embargo russo à carne suína brasileira, as importações de lácteos do Mercosul e o risco de corte de verbas para o setor com a decisão do governo de elevar o superávit primário em 2011. Ele chegou ontem ao Rio Grande do Sul, onde hoje (01) e sexta-feira visitará a feira agropecuária Expointer, em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre.

De acordo com Mendes Ribeiro, o descontingenciamento de recursos para o seguro agrícola é “fundamental para o ministro porque é fundamental para a presidenta [Dilma Rousseff]”. Neste ano, 50% dos R$ 430 milhões orçados pelo governo federal para subsidiar o prêmio do seguro agrícola pago pelos produtores foram bloqueados pela área econômica e no início de agosto o ministério pediu a liberação de R$ 174 milhões.

Em relação aos lácteos, o ministro confirmou que pediu ao Ministério das Relações Exteriores a prorrogação por mais 60 dias da cota de importação de 3,3 mil toneladas por mês de leite em pó da Argentina que havia expirado em julho. Segundo ele, no dia 15 de setembro representantes dos ministérios da Agricultura (MAPA) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Internacional (MDIC) terão uma reunião com autoridades argentinas em Buenos Aires para tratar do assunto.

Já as exportações do Uruguai não constituem ameaça, na opinião de Mendes Ribeiro. De acordo com ele, mesmo que o país vizinho colocasse toda sua produção no Brasil, não faria “nem cócegas” no mercado local. “O Uruguai não traz essa preocupação no setor. A preocupação vem do leite da Argentina”, disse o ministro, que condicionou o controle das importações ao compromisso da indústria brasileira de não aumentar os preços dos produtos.

Não é bem o que pensa o Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS). Segundo o diretor executivo da entidade, Darlan Palharini, o ideal seria estabelecer cotas para os lácteos tanto do Uruguai quanto da Argentina equivalentes à média das importações dos últimos cinco anos, porque esses produtos levam vantagens sobre os brasileiros em consequência da valorização do real.

Mendes Ribeiro disse ainda que as tratativas com a Rússia para o levantamento do embargo à carne suína brasileira estão “bem encaminhadas”. As barreiras foram impostas em junho devido a discordâncias sanitárias entre os dois países e atingem todos os frigoríficos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. Conforme o ministro, as negociações com os russos são “peculiares”, mas o ministério tem feito “todo o esforço” para resolver o assunto.