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Estado

Cana e florestas podem alavancar desenvolvimento de MS, diz consultor

Disponibilidade de terras é apontada como estímulo para setores. Demanda por celulose, etanol e energia fomenta a expansão.

Ao completar 34 anos de criação, Mato Grosso do Sul tem nos setores sucroenergético e de florestas plantadas (silvicultura) duas das principais alternativas de desenvolvimento econômico. A avaliação é do consultor em agronegócio João Pedro Cuthi Dias.

Dias aponta que, nos dois setores, a grande disponibilidade de terras do estado, principalmente as áreas degradadas, que chegariam a mais de 7 milhões de hectares, segundo ele, são fatores que favorecem a expansão.

“No caso do setor sucroenergético, a demanda crescente por etanol e por energia é um grande impulso. As usinas que estão se instalando já vem preparadas para produzir etanol, açúcar e cogerar”. Segundo consultor, o estado tem condições de, em pouco tempo, passar da quinta para a segunda posição de maior produtor do país. “Mas precisamos resolver questões de logística e de disponibilidade de recursos para novas plantas para explorar esse potencial”, analisa.

No que se refere a silvicultura, o consultor diz que o mercado internacional vai regular o ritmo da expansão. “O crescimento em Mato Grosso do Sul está se baseando principalmente nos projetos para produção de celulose, então, se a demanda do mercado externo, principalmente da China continuar aumentando, a velocidade dessa expansão vai ser maior”.

O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore) e coordenador da Câmara Setorial da Floresta, Luís Calvo Ramirez Júnior, diz que a projeção é que no prazo de 10 anos, a silvicultura salte no estado dos atuais 450 mil hectares cultivados para 1 milhão de hectares.

“O Plano Estadual de Florestas elaborado em 2009 previa que demoraríamos 20 anos para chegar a 1 milhão de hectares, mas no ritmo de expansão que temos registrado, atingiremos essa patamar na metade do prazo”, comenta.

Ramirez, assim como Dias, comenta que os grandes projetos de produção de celulose estão alavancando a atividade. “Temos uma indústria em operação que tem capacidade de produção de 1,2 milhão de tonelada de celulose por ano e que impacta o PIB [Produto Interno Bruto] do estado em 13,5%. Essa empresa quer dobrar a capacidade e já tem outro projeto, de outro grupo, em andamento e mais um desse porte em estudo”, aponta.

Acelerado – No setor sucroenergético o avanço do estado também tem ocorrido em ritmo acelarado, conforme analisa o presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia (Biosul), Roberto Hollanda Filho. Na safra 2011/2012, Mato Grosso do Sul deve registrar o maior crescimento percentual da produção de cana-de-açúcar do país, 9,8%, saltando de 33,5 milhões de toneladas para 36,5 milhões de toneladas.

Com o aumento da produção de matéria-prima vai ocorrer também, conforme a Biosul, um incremento no processamento de açúcar, que vai saltar de 1,3 milhão de toneladas para 1,5 milhão de toneladas (15,3%) e de etanol, que vai passar de 1,8 bilhão de litros para 2,05 bilhões de litros (10,8% a mais).

No estado, o parque industrial do setor sucroenergético tem 21 plantas em operação e mais duas novas usinas devem entrar em atividade ainda em 2011. Sozinho, o setor foi o responsável em 2010, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), por 5,6% do estoque total de empregos formais do Estado.
Isso representou, conforme a Biosul, 26 mil postos de trabalho, sendo 18 mil na área agrícola e oito mil na industrial.

Esse crescimento do setor, coloca o Estado como o quinto maior produtor nacional de cana, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná, conforme a Biosul.

O presidente da Biosul comenta que uma série de fatores favorece o crescimento do setor no Estado, como condições de solo e clima e o ambiente institucional. Filho projeta que em um prazo de quatro a cinco anos, de quinto maior produtor nacional, Mato Grosso do Sul deve ‘brigar’, possivelmente com Minas Gerais e o Paraná, pela segunda posição no ranking brasileiro.