Gestão da propriedade rural, responsabilidade ambiental, manejo pós-parto, pré-abate, bem-estar animal… A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) respondeu diversas perguntas e reuniu em uma publicação instruções de manejo para a suinocultura nacional. O Manual Brasileiro de Boas Práticas Agropecuárias na Produção de Suínos foi lançado e distribuído entre autoridades nesta segunda-feira (7 de novembro) no auditório da Casa Rural, sede da Famasul, a Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso de Sul.
O primeiro a falar sobre a iniciativa foi o diretor executivo da ABCS, Fabiano Coser. Em sua palestra, ele situou a suinocultura brasileira no mercado mundial e justificou: grandes produtores de carne suína são também grandes consumidores, por isso o esforço do PNDS, o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, em aumentar o consumo per capta de carne suína no Brasil para 15 kg/ano. “Hoje, 83,3% da produção de carne suína no Brasil visa atender a demanda interna. Somente 16,7% da nossa carne é exportada”, atentou Coser.
Estatísticas apresentadas sobre a criação de suínos no Brasil
• Somos atualmente o 4° maior produtor mundial de carne suína e o 4° maior exportador mundial.
• O país tem 1,65 milhão de matrizes tecnificadas
• A cadeia da suinocultura gera 1 milhão de empregos.
• Na comparação entre os dois últimos censos realizados, a única região que teve aumento na criação de suínos foi o Centro-Oeste.
Coser reforçou ainda a importância do suinocultor conhecer sobre as leis pelas quais o setor luta, que são:
• Lei de integração da suinocultura: reforçar a parceria entre produtores, agroindústrias e colaboradores.
• Inclusão da carne suína no PGPM: cadeia quer que o produto seja inserido da Política de Garantia de Preços Mínimos do governo federal para dar tranqüilidade à suinocultura. “Antes você comprava 12 kg de milho com um quilo de carne suína. Hoje você compra 6 kg de milho em Patos de Minas, que é uma grande praça produtora. Em Santa Catarina pode chegar a 4 kg de milho por 1 kg de carne suína”, alertou Coser.
• Relatório de frigoríficos registrados no SIF sobre número de animais abatidos: essa lei, já aprovada, atende por enquanto somente a cadeia da bovinocultura. A ABCS que estender a informação também para suínos. “É imprescindível sabermos disso para saber tendências do mercado para o nosso setor”, argumentou Coser.
A publicação em si do manual de boas práticas agropecuárias traz, além de dúvidas sobre o manejo, a resposta a duas demandas crescentes: a de gestão da propriedade rural e de responsabilidade ambiental. “É uma publicação que serve para acadêmicos e colaboradores, mas, principalmente, para os produtores”, explicou Anny Almeida, gestora executiva do PNDS.
O presidente da Asumas, Associação Sul-mato-grossense dos criadores de Suinocultores, Arão Moraes, exaltou a criação de empregos que a cadeia traz para a população. “Na minha granja, tem um contratado direto para cada 50 matrizes e mais um quatro ou cinco trabalhadores indiretos.
O presidente da Famasul, Eduardo Riedel, disse em seu discurso que a união dos suinocultores é essencial para o crescimento da atividade, que é muito promissora. “Hoje não existe aquele produtor isolado. Temos que inserir os médios criadores também no valor bruto da produção. Quando nós falamos para o povo dos Estados Unidos que podemos dobrar a nossa produção sem derrubar uma árvore sequer, eles ficam espantados”, embrou Riedel.