A Embrapa alerta para que os agricultores de Mato Grosso do Sul redobrem os cuidados referentes à ferrugem asiática da soja. O aviso leva em consideração a chegada da temporada de chuvas, que contribuem para a reprodução do fungo responsável pela doença.
Por enquanto, ainda não existem registros da ferrugem nessa safra do grão no Estado, mas o cenário é de alerta, rememora a Embrapa, por meio de sua assessoria.
A doença, transmitida por meio de esporos, ocasiona a desfolha precoce, impedindo a formação dos grãos e contribuindo com a redução da produtividade. A ferrugem é causada pelo fungo phakopsora pachyrhizi, que para se reproduzir necessita que as folhas da planta estejam molhadas.
O fungo phakopsora pachyrhizi é biotrófico, ou seja, somente se reproduz e sobrevive em plantas vivas. “Ele não sobrevive no solo, nem em restos de cultura. É, por isso, que o vazio sanitário funciona e contribui como uma das estratégias para o controle da doença”, explica, via assessoria da Embrapa, o responsável pelo Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Agropecuária Oeste, Alexandre Dinnys Roese.
Os sinais principais do contágio são minúsculas pontuações mais escuras que o tecido sadio da planta, com coloração marrom na parte de cima das folhas, acompanhadas de saliências semelhantes a pequenas feridas ou bolhas na parte de baixo das folhas, que são as estruturas de reprodução do fungo. O uso de uma lupa de 20 a 30 aumentos facilita a observação dos primeiros sintomas. “Esse monitoramento qualificado não tem como ser feito passando de caminhonete pela lavoura. Ele exige dedicação e atenção. Agora é a hora de dar início a esse cuidado em todas as regiões produtoras do grão”, destaca Roese, ainda por intermédio da assessoria da Embrapa.
Mais uma forma de verificar se há contaminação, é o produtor verificar colocando as folhas, juntamente com um pedaço de papel ou algodão molhado, dentro de um saco plástico transparente, soprar um pouco de ar e amarrar a boca do saco, fazendo um pequeno balão (câmara úmida). Deixá-lo fechado em local fresco, à temperatura ambiente, durante 12 a 24 horas. Explica a assessoria da Embrapa que, depois deste período, ao observar as folhas novamente elas vão apresentar maior quantidade de bolhas ou pequenas feridas na parte de baixo das folhas, pois o fundo terá se reproduzido com maior intensidade