Os preços médios das commodities agrícolas negociadas na BM&FBovespa oscilaram sem tendência clara em novembro. Enquanto etanol e boi gordo registraram altas, os mercados de milho e soja recuaram. Já o café ficou praticamente estável (-0,02%) em relação aos patamares de outubro.
Considerados os contratos de segunda posição (normalmente, os que têm maior liquidez), o milho foi o produto que registrou a maior variação. No mês, o preço médio do grão caiu 9,16%, para R$ 28,09 por saca. Desde setembro, quando os preços atingiram o nível mais alto do ano, a perda passa de 12,4%.
Apesar disso, o milho ainda acumula valorização de 11,44% em 2011 e 6,75% nos últimos 12 meses. Segundo Paulo Molinari, analista da consultoria Safras & Mercado, o mercado de milho refletiu a maior disposição do agricultor em vender diante dos preços atraentes e da necessidade de fazer caixa. “Houve uma pressão de venda muito grande no curto prazo”, diz.
Segundo ele, os temores relacionadas à crise externa e a perspectiva de uma safra de verão cheia também influenciaram o comportamento do produtor. No entanto, a expectativa é de recuperação até o fim do ano. “Quem tinha de vender, vendeu. Então é possível que a oferta fique um pouco mais escassa daqui para frente”, aposta. Influenciados pelo cenário externo, contaminado pelos temores relacionados à crise europeia, os preços médios da soja também caíram, 3,33%, para R$ 26,54 a saca.
Conforme os dados compilados pelo Valor Data, os preços médios do etanol subiram 2,53% em novembro – sexto mês consecutivo de elevação. Segundo analistas, o mercado segue pressionado pela oferta escassa, resultado da quebra da safra 2011/12 de cana-de-açúcar. Os preços de novembro foram 18,64% mais altos do que os observados em dezembro de 2010 e estão mais de 25% acima dos níveis observados um ano antes.
Os contratos de boi gordo também subiram, 1,83%, dando sequência ao movimento de recuperação iniciado em outubro. Segundo analistas, o mercado foi sustentado pela oferta escassa (reflexo da entressafra e dos fracos resultados da segunda rodada de confinamento) e pela demanda aquecida antes do fim de ano. Desde o início de 2011, os preços médios mensais da arroba subiram 8,5%. Em 12 meses, a alta é de 2%.