Durante evento em Porto Alegre (RS), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mendes Ribeiro Filho, declarou que ainda existe a possibilidade de viajar à Rússia para negociar o fim do embargo.
Uma possível visita diplomática ao país demonstra ainda haver entraves entre as duas nações. O setor produtivo espera por fim do problema. Na verdade, ainda existia expectativa por parte do governo brasileiro de encerrar essa questão ainda este mês, mas especificamente esta semana, com o fim das vistorias em plantas nacionais, o que acabou não ocorrendo.
A posição do ministro foi dita durante o “Encontro com” na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), em Porto Alegre.
Na ocasião, Ribeiro Filho destacou ainda que a missão técnica do Serviço Federal de Fiscalização Sanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) passou em apenas alguns frigoríficos, o que pode reduzir a possibilidade de avaliação. Foram inspecionado no país cinco frigoríficos de Mato Grosso, além de cinco frigoríficos de São Paulo e um de Goiás.
Hoje, seis meses após o embargo em 15 de junho, 164 frigoríficos no país estão impedidos de enviar carne à Rússia. Destes, 22 são de Mato Grosso, sendo 17 são de bovinos, três de suínos e dois de aves.
Conforme o superintendente federal do Mapa em Mato Grosso, Francisco Moraes Chico Costa, a Rússia é quem escolheu os frigoríficos vistoriados. “É uma questão política e teremos de ir até o país para tentar resolver e o quanto antes. Creio que o desembargo deverá ser resolvido somente após janeiro”.
De acordo com a assessoria de imprensa do Mapa, a possível viagem à Rússia não possui data marcada ainda e que ela deve ocorrer somente após o Ministério receber o relatório dos técnicos russos, o que leva em torno de 30 dias.
Expectativa – A cadeia produtiva de Mato Grosso segue no aguardo do fim do entrave, visto que a Rússia é a maior “cliente” da carne mato-grossense, principalmente bovina e suína.
Na opinião do superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, o governo brasileiro deveria ser mais incisivo nesta questão do embargo. “Falta jogo de cintura do governo federal em negociar e constatar tecnicamente.
Não podemos mais ficar nessa situação. A Rússia é uma grande compradora das nossas carnes”.