A Doux Frangosul se comprometeu a apresentar um novo cronograma de pagamento aos produtores integrados de aves e suínos, após a decisão dos trabalhadores de suspender o alojamento de animais. A empresa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que pretende propor as medidas na próxima quarta, dia 21. Em nota, a Doux Frangosul afirma que “reforça o trabalho intenso para que haja a normalização dos prazos no menor tempo possível”. Representantes dos produtores, no entanto, afirmam que não haverá negociação antes que, pelo menos, algum débito seja quitado.
“Nós conversamos com a diretoria da empresa e eles nos prometeram fazer uma oferta no dia 21, mas os criadores não vão esperar. Se não acontecer algum pagamento até segunda (19), não vamos sequer participar de reunião na quarta. Essa é a decisão dos produtores”, afirma o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador.
Em assembleia realizada nesta quarta, dia 14, em São José do Sul, no Rio Grande do Sul, os cerca de 600 integrados decidiram paralisar as atividades a partir da semana que vem e ameaçam suspender o alojamento de animais caso a situação não seja resolvida nos próximos dias. Após a reunião, partiram para uma mobilização em frente à sede da empresa, no mesmo município. Uma comissão composta de integrantes da Acsurs e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), que acompanhou o protesto, se reuniu com diretores da Doux Frangosul para repassar as demandas dos trabalhadores rurais.
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Conforme Folador, novas manifestações em frente à companhia estão previstas. Ele destaca que, se não houver acordo até o final do ano, os integrados deverão tomar medidas judiciais e buscar apoio do governo do Estado.
“O objetivo é buscar uma solução. O produtor não quer ficar em frente à empresa. Ele quer cuidar dos seus animais, fazer o seu trabalho. Não queremos conflitos. Apenas estamos reivindicando o que é direito, o pagamento por um serviço realizado”, aponta.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Montenegro, Romeu Krug, argumenta que os pecuaristas têm sua situação financeira prejudicada. Segundo ele, o problema se agrava com o passar dos dias.
“Eles estão fazendo empréstimos pessoais em um banco para pagar outro, para não ficar inadimplentes. Estão pagando juros. Quem tem outra renda tira desta para colocar dentro do aviário. Porque a cada lote o produtor tem que colocar alguma coisa de volta dentro do aviário, como cama, arrumação. Tudo isso aí envolve”, explica.
