Na semana passada, o relatório de estoque de suínos EUA-Canadá foi publicado (Inventário). A diminuição do plantel de matrizes e suínos para abate foi impressionante.
Estoque em dezembro |
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2007 |
2008 |
2009 |
2007 x 2009 |
Matrizes em produção |
7.745 |
7.457 |
7.185 |
-560 |
Leitões destinados para abate |
74.242 |
71.872 |
70.252 |
-3.990 |
Matrizes paridas |
4.009 |
3.815 |
3.699 |
-310 |
Suínos abatidos |
37.644 |
36.521 |
36.014 |
-1.630 |
A redução no número de matrizes e suínos destinados ao abate reflete a cruel realidade da nossa indústria nos últimos três anos e meio. Uma redução de 560.000 matrizes nos dois últimos anos significa uma média de 5.000 matrizes por semana saindo de produção. Infelizmente, quase todos os casos foram acompanhados por lágrimas. Houve poucos que saíram por qualquer motivo a não ser por falta de capital e/ou coragem.
O estoque de suínos destinados para abate diminuiu em 4 milhões de cabeças nos últimos dois anos. Calculando um ciclo de 25 semanas do nascimento ao abate (175 dias) isso significa que podemos esperar cerca de 160.000 suínos para abate a menos por semana nos E.U.A. e Canadá durante os próximos meses comparado com 2008. Esta é uma redução enorme.
310.000 matrizes a menos pariram nos EUA.-Canadá no último trimestre, com uma produção de suínos de 1,630 milhões a menos que o mesmo período dois anos atrás. Todos estes dados são um lembrete triste do quão ruim o negócio tem sido.
310.000 matrizes a menos pariram nos EUA e Canadá, 560,000 fêmeas e 4 milhões de porcos menos no mercado, Se nós avaliamos UPLs em $1.000 por matriz e creche/terminação em $100 por espaço, calculamos que há 1 bilhão de dólares de instalações (ou de investimentos) de capacidade de produção ociosa. Más notícias para quem tem dinheiro investido (incluindo bancos). V ai levar um bom tempo para que haja empréstimos para novas granjas, devido ao cenário acima. Enquanto isso, todas as granjas atuais estão ficando mais velhas. As instalações que ficam ociosas têm uma vida útil curta na nossa opinião. Se ficam vazias por muito tempo, acabam enferrujando.
Por que estamos usando estatísticas comparando um período de 2 anos? No ano passado a gripe H1N1 alterou drasticamente a demanda nacional e mundial. O p reço do suíno teria sido mais alto se não fosse toda a conversa de gripe suína da nossa mídia e do Governo de abril até novembro. Associando um produto (carne suína) a uma suposta pandemia global que poderia matar centenas de milhares de pessoas não faz nada para aumentar a demanda pelo produto. Este ano de 2010 não haverá sustos de “gripe suína” e temos 4 milhões de porcos a menos de estoque (EUA. – Canadá) do que há dois anos. Isso só pode aumentar a demanda interna e mundial de carne suína. Lembre-se de que exportações de carne suína dos EUA. subiram 15% em dezembro comparado com o ano anterior. No ano passado, a gripe suína não apareceu até abril, quando as exportações de carne suína caíram 20 – 30% nos meses seguintes. Talvez sejamos demasiado otimista, mas esperamos que as exportações E.UACanadá sejam 30% maior esta primavera e verão em relação ao ano passado. O maior fator limitante à exportação de carne suína pode ser a falta de suínos para abate (4 milhões a menos). Você não pode vender o que você não tem.
Outro fator positivo é a melhoria vista na economias da América do Norte e do mundo. O PIB dos EUA no último trimestre subiu mais de 5% comparado com o ano anterior. Não importa como você analisa isso, ele está indo na direção certa e com 25% do PIB do mundo, uma economia crescente nos EUA ajuda muitos outros países. O que isto significa para a demanda de carne suína é que, com a carne suína representando 46% de toda a carne consumida no mundo, uma economia global mais forte vai estimular a demana por carne suína. Existe uma correlação direta entre um aumento na renda per capita e consumo de carne. Conclusão: na maior parte do mundo, maior renda traz mais vantagem para os suinocultores do que para os produtores de cenoura. A maioria das pessoas quer comer carne, não ser vegetarianos.
Segundo o relatório da Food and Agriculture Organisation (FAO) das Nações Unidas, publicado em 18 de fevereiro. Citamos:
“O aumento da renda, o crescimento populacional e a urbanização são as forças motrizes de uma procura crescente de produtos de carne nos países em desenvolvimento – e continuarão sendo importantes. Para satisfazer a crescente procura, a produção global anual de carne deverá expandir-se das atuais 22,8 milhões de toneladas para 46,3 milhões de toneladas até 2050”.
Isso é uma duplicação da produção mundial de carnes nos próximos 40 anos, ou cerca de 6 milhões de toneladas a mais por ano em cada ano. Não vamos produzir rodas para carroças. Vamos produzir carne suína para um mercado dinâmico e crescente. Há um futuro na produção de carne suína.
Nós todos sabemos o que a gripe H1N1 fez para a nossa indústria. Isso nos custou US$ 2-3 bilhões na América do Norte, talvez US$ 10 bilhões no mundo, em receitas perdidas. Foi um desastre. Não podemos deixar de pensar no produtor vitimado em Alberta, no Canadá, que teve sua fazenda interditada por causa da gripe suína. Ele foi colocado no purgatório. Ninguém para ajudá-lo – preso entre os regulamentos do governo e o medo do consumidor. Ele foi abandonado – assim como a nossa indústria foi pelo nosso governo. Todos nos perdemos rios de dinheiro como conseqüência.. Agora temos que estar muito conscientes dos riscos sanitários. Quaisquer declarações irresponsáveis por parte de participantes da indústria suinícola em relação a doenças em suínos devem ser repensadas. A mídia adora histórias sobre doença. Suínos estão na mira da mídia. Todas os órgãos do governo, pesquisadores universitários e produtores devem ser muito responsáveis. É o nosso sustento. Pense antes de publicar!
Tradução: Genesus Inc.