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Previsões pessimistas

CNA aponta prejuízos para soja e cenários negativos para milho e arroz. Cenário foi verificado no boletim "Custos e Preços" de março.

O avanço da colheita e o lento de ritmo de comercialização da safra têm provocado queda nos preços da soja desde janeiro, situação que se agravou em março. Em regiões como Londrina, no norte do Paraná, onde o produtor tinha uma margem de lucro de R$ 3,95 por saca de 60 quilos em janeiro, com a saca negociada a R$ 38,68, o quadro se reverteu, fazendo o sojicultor amargar neste mês prejuízo de R$ 4,02/saca. Este valor representa a diferença entre o Custo Operacional Total (COT) de R$ 34,82 e o valor de venda de R$ 30,80/saca. Os dados fazem parte do boletim “Custos e Preços”, divulgado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O levantamento também apontou prejuízo ainda maior para o produtor de soja de Sorriso (MT), onde o COT superou o valor de comercialização da saca em R$ 4,84. O preço da saca negociado em março foi de R$ 25,10/saca, enquanto os gastos que ele teve com a lavoura ficaram em R$ 29,94. Em janeiro, o valor da saca estava em R$ 28,30. “O da colheita pressiona os preços para baixo. Como o mercado está abastecido, o ritmo de comercialização está mais lento, o que contribui para que os preços tenham retração”, explica a coordenadora de Estudos Econômicos da CNA, Rosemeire Santos.

No caso do milho, o boletim mostrou em março a continuidade do quadro revelado em janeiro, quando os custos de produção superaram o preço de comercialização da saca em todas as regiões pesquisadas. A situação mais crítica foi verificada em Primavera do Leste (MT), onde o produtor rural perdeu R$ 7,13 por saca. Nesta região, o cereal foi comercializado a R$ 10 a saca, mas o COT foi de R$ 17,13. “O mercado de milho também está abastecido, com estoque de nove milhões de toneladas. Uma das esperanças para reverter o quadro é que haja novos leilões para adquirir a produção, mas por enquanto a tendência é que este cenário permaneça”, justifica Rosemeire.

A coordenadora de Assuntos Econômicos da entidade também observa uma situação grave para os produtores de arroz, que têm convivido com problemas de rentabilidade e recentemente com as adversidades climáticas, que agravaram os prejuízos à atividade, principalmente no Rio Grande do Sul. Os preços da saca de 50 quilos apresentaram retração em todas as regiões incluídas no levantamento. No município de Santa Vitória do Palmar (RS), por exemplo, os rizicultores tiveram perda de R$ 2,95, com o COT totalizando R$ 29,45/saca e o preço de venda ficando em R$ 26,50/saca. Mesmo nas cidades gaúchas onde o valor de comercialização da saca foi maior do que os custos de produção, o lucro apresentado foi baixo, como em Itaqui, onde a diferença entre a venda e dos custos de produção gerou ganho de R$ 2,82/saca, e Cachoeira do Sul, cuja cifra foi positiva em R$ 1,96/saca.