A Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) estará realizando até maio um levantamento em mais de 50 frigoríficos que abatem e processam carne suína em diversas regiões do estado como parte do plano de ações do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) liderado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). O objetivo principal é levantar dados para potencializar a cadeia produtiva do suíno, de forma a desenvolver suinocultores e frigoríficos, explica a coordenadora do Projeto, Lívia Machado. “Iremos desenvolver ações e critérios que busquem a melhor distribuição de ganhos e de qualidade nos elos da cadeia, fortalecendo a competitividade das agroindústrias estudadas e contribuindo para o desenvolvimento do mercado de carne suína in natura”. Os estabelecimentos selecionados possuem o Selo de Inspeção Federal (SIF) ou o Selo de Inspeção Estadual (SIE) e foram escolhidos em diversas regiões de Santa Catarina.
Wolmir de Souza, presidente da ACCS, explica que essa é a oportunidade de realizar um diagnóstico econômico, tecnológico e organizacional do segmento para identificar pontos fortes e fracos a serem trabalhados. “O questionário nos fornecerá as principais qualidades e dificuldades que são encontradas pelo frigorífico, ou seja, teremos informações desde a produção, como qualidade do animal, genética, peso, até o mercado, levantando os consumidores potenciais, quais cortes têm preferência. Ou seja, com isso conseguimos compreender e diagnosticar a cadeia como um todo” ressalta. O presidente ainda explica que apesar de as agroindústrias líderes terem investido em novos cortes nos últimos anos, têm como prioridade os produtos processados e os cortes congelados destinados a exportação. Mas são as agroindústrias voltadas a mercados locais ou regionais que têm priorizado o mercado interno e a carne in natura. “Esse é o nosso foco, o pequeno e médio produtor. Queremos contribuir para o fortalecimento dessas empresas e, para isso, precisamos viabilizar o aumento do consumo de carne suína in natura”.
Ainda neste mês, a Associação irá realizar a campanha “Um Novo Olhar” nos supermercados nas cidades de Chapecó, Criciúma, Florianópolis e Joinville, consideradas grandes pólos de consumo no estado. Para Fabio Búrigo Zanuzzi, coordenador de projetos de agronegócio do Sebrae/SC, apresentar o novos formatos é essencial para que o consumidor se interesse pela carne, mas manter os cortes na gôndola é ainda mais importante. “O foco desse projeto é ampliar o consumo e ao mesmo tempo levar tecnologia e inovação aos outros elos da cadeia. Somente com esse conjunto de ações será possível inserir a carne suína diariamente na mesa do consumidor. Com o diagnóstico conseguiremos atuar na preparação dos frigoríficos e planejar as próximas ações de acordo com as necessidades encontradas”. Além da campanha, o Sebrae juntamente com a entidade estadual irá oferecer treinamentos de cursos de cortes para os colaboradores dos frigoríficos fornecedores e também aos próprios colaboradores dos supermercados e açougues, conta Gilson Alberto dos Santos, também coordenador de projetos de agronegócio do Sebrae/SC. “Nós estamos na etapa inicial, que vai gerar a demanda de nossas ações e nos orientar nos passos seguintes. Porém, algumas atividades já estão programadas como o treinamento, que é considerado fundamental para dar continuidade à Campanha e atingir a meta do Projeto”, afirma.
Considerada a maior cadeia produtiva de Santa Catarina, a suinocultura gera 65 mil empregos diretos, 140 mil indiretos e 55 mil produtores dedicam-se à atividade. Com rebanho permanente de 6 milhões de cabeças, a produção catarinense atingiu no ano passado 750 mil toneladas de carne, cerca de 25% da produção brasileira. “Esses são os fatores que tornam o PNDS de extrema relevância para o estado”, é o que diz o presidente do conselho do Sebrae/SC, José Zeferino Pedrozo. “Somos grandes produtores de carne suína, mas temos números poucos expressivos no consumo e esse projeto vem levantar todo o potencial do estado, investindo em treinamento, cursos e elaborando pesquisas que irão identificar as necessidades e dificuldades podendo então apresentar as soluções para que carne suína tenha seu espaço merecido no dia-a-dia dos catarinenses” finaliza.
Economia
Suinocultura catarinense quer potencializar o setor
ABCS e Santa Catarina elaboram diagnóstico para desenvolvimento das agroindústrias que abatem e processam carne suína. Para ACCS, essa é a oportunidade para identificar pontos fortes e fracos a serem trabalhados.