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Genoa e Intervet fazem parceria comercial

Empresa brasileira mapeou o genoma do nelore e veterinária vai vender marcadores moleculares.

O laboratório americano Intervet/Schering-Plough e a brasileiraGenoa Biotecnologia anunciaram quinta-feira uma parceria para a comercialização de marcadores moleculares identificados e patenteados pelo grupo nacional, específicos para a raça nelore, que representa 80% do rebanho bovino do país. Por enquanto, serão vendidos marcadores para cinco características – área de olho de lombo, precocidade sexual, acabamento de carcaça, ganho de peso e docilidade – identificada em animais de pecuaristas brasileiros que participaram do processo.

Pelo acordo firmado entre as duas empresas, a Intervet terá prioridade para comercializar outros marcadores que venham a ser identificados e registrados pela Genoa no futuro. Marcadores para outras raças já foram identificados por outras empresas pelo mundo, mas este é o primeiro acordo de parceria neste segmento que a Intervet assina.

A escolha dos primeiros marcadores não é por acaso. A pouca docilidade do nelore sempre foi vista como um fator negativo da raça, por isso identificar animais com maior potencial para essa característica é visto como fundamental. Além disso, a área de olho de lombo é uma medida utilizada para graduar a maciez da carne, enquanto o ganho de peso, precocidade sexual e acabamento de carcaça são características relacionadas à produtividade dos animais.

“A proposta da Genoa está em linha com nossa orientação estratégica. Ganho de produtividade é o nome do jogo e a pecuária brasileira está sendo muito pressionada para produzir mais em áreas menores. Isso passa por avanços em genética e essa tecnologia representa uma transformação para a pecuária”, afirma Vilson Simon, presidente da Intervet no Brasil.

O foco inicial da empresa será o mercado de alta genética brasileiro, que tem um potencial para movimentar cerca de R$ 2 milhões por ano. A estimativa da Intervet é de que existam 225 mil novos touros e 600 mil vacas de grande potencial genético que entram anualmente no mercado e que podem utilizar de marcadores para confirmar suas características.

Trabalhando junto com a Universidade de Alberta (Canadá), a Genoa sequenciou o genoma da raça nelore e identificou os marcadores para as primeiras características. Para o sequenciamento, foram investidos US$ 65 mil, em um prazo de sete meses. Já para a chegada até os marcadores foram necessários cinco anos e mais R$ 700 mil em investimentos.

“A parceria da forma com que foi estruturada é única no Brasil. O centro genômico de Alberta é um dos melhores do mundo e representa a academia, enquanto nós somos uma empresa de biotecnologia e a Intervet é o braço que faltava é necessário para o sucesso do negócio. Com o sequenciamento do nelore, a pecuária brasileira muda de nível”, afirma Luis Camara Lopes, presidente da Genoa.