O JBS passou a Vale e ocupou, no ano passado, a liderança do ranking dos maiores grupos industriais privados do país. Os dados parciais deste ano indicam que as posições devem se inverter novamente. Em 2009, quando o JBS faturou R$ 55,2 bilhões e a Vale R$ 49,8 bilhões, a receita do frigorífico foi inflada pelas aquisições da Pilgrim’s Pride e do Bertin, enquanto a mineradora perdeu faturamento pelo impacto da crise global sobre os preços do minério de ferro.
Neste ano, houve uma forte recuperação da demanda e de preços dos minérios – o de ferro subiu 100% – e, com isso, a Vale faturou R$ 58,4 bilhões e o JBS, R$ 40,8 bilhões de janeiro a setembro. Além disso, a Vale adquiriu a Fosfertil e outros ativos de fertilizantes. O JBS, segundo o Wall Street Journal, tenta comprar agora a Sara Lee, gigante americana.
A disputa entre os dois grupos está estampada no anuário “Valor Grandes Grupos”, que circula hoje para assinantes e venda em bancas. A Petrobras mantém o primeiro lugar entre os grandes grupos e o Itaúsa tirou a segunda posição do Bradesco, em movimento esperado após a fusão entre Itaú e Unibanco.
A receita conjunta dos 200 maiores grupos no Brasil cresceu 3,6% em 2009, para R$ 2,1 trilhões, segundo o anuário. O desempenho foi influenciado negativamente pelo efeito da crise internacional nos resultados das indústrias, que tiveram queda conjunta de receita de 6,9%, puxada por Petrobras e Vale. Nos grupos do comércio e de finanças, a receita cresceu 13,9% e nos de serviços, 12,4%. A indústria foi, também, a área em que houve queda expressiva de rentabilidade, de 18% para 14,6%. No total dos grandes grupos, o recuo foi de 15,1% para 13,9%.
A resistência e a força do mercado interno estão refletidas no desempenho dos grupos que atuam nas áreas da construção e engenharia. Alusa e Jereissati Participações encabeçam a lista dos dez que mais cresceram por receita bruta, registrando expansão de 106,4% e 97,9%, respectivamente.