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Mercado Interno

Demanda forte eleva o preço da carne

Em Minas Gerais, a arroba do boi gordo sobe desde maio e ajuda a aumentar também as cotações de suínos e frangos. Baixa oferta bovina e aumento de poder aquisitivo ajudam as vendas.

Os efeitos da crise de 2008, que afetaram negativamente as exportações de carne brasileira, começam a se diluir. De julho para cá, os pecuaristas têm muito a comemorar, com a elevação média de 30% nos preços da carne para abate no País. O aumento nos valores do boi gordo tem reflexos imediatos no mercado, puxando para cima os preços do frango e do suíno. A alta de preços é decorrente da elevação do consumo pela melhora do poder aquisitivo da população brasileira e pela baixa oferta do produto.

Os números estão na contramão do que previam os produtores, que tinham expectativas ruins para 2010, mas acabaram surpreendidos pelo mercado. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a arroba do boi vivo estava valendo R$ 75 em maio deste ano. Pulou para R$ 90 em outubro e, no dia 4 de novembro, já estava em R$ 100. Em São Paulo, a arroba chegou a R$ 111 na mesma data, e a R$ 103 no Triângulo Mineiro.

O que vem acontecendo, segundo o Analista em Negócios da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo Padovani, é que “está faltando boi no pasto”. O problema começou a se esboçar há quatro anos, quando houve um grande abate de fêmeas em todo o país.

No início de 2010, para agravar o quadro, o preço da arroba estava desestimulando o pecuarista. A relação de troca (quantos animais se compra com a venda de um boi gordo) sinalizava para uma arroba baixa no futuro, previsão que não se confirmou. Mas o pecuarista, prudente, preferiu não correr riscos e agora não têm animais suficientes para suprir a demanda.

Setor encerra ciclo iniciado em 2008
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues, ressalta que o setor está encerrando um ciclo que vem desde 2008, quando as exportações de carne ficaram praticamente paralisadas. Agora, as exportações começam a aumentar, e a demanda interna vem subindo, elevando os valores do produto. “Na verdade, os preços da carne estavam deprimidos”, afirma o secretário. A tendência, diz, é de que o consumidor reaja aos aumentos, equilibrando a demanda a partir de janeiro. “Já verificamos uma queda de 3,6% nos preços da carne na última semana”, declarou.

O mercado de suínos, da mesma forma, vem se comportando positivamente nos últimos meses, apresentando oferta ajustada à demanda. A alta no preço da carne bovina, segundo o presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), João Bosco Martins de Abreu, foi uma das responsáveis pela mudança de comportamento do consumidor, que passou a procurar por outras opções de proteína puxando, assim, os setores de aves e suínos. Em agosto, o preço do quilo do suíno vivo era de R$ 3,07. Passou para R$ 3,22 em setembro, R$ 3,42 em outubro e alcançou R$ 3,60 no dia 4 de novembro.