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Mercado Interno

Destaque para carnes

Carnes de frango e suína ocupam espaço no mercado. Alta da carne bovina incentiva consumo de outros produtos em Minas Gerais.

Destaque para carnes

A alta do boi gordo está contribuindo para alavancar o consumo das carnes de frango e suína em Minas Gerais. Apesar do incremento no consumo, a margem de lucro dos setores foi reduzida devido ao encarecimento dos custos de produção em cerca de 20% nos últimos dois meses.

O principal impulso nos custos foi atribuído à alta registrada nos preços do milho ao longo dos últimos dois meses. O cereal é o principal insumo utilizado para a produção de ração, respondendo por 70% dos custos.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, o preço do quilo do suíno para o atacado gira em torno de R$ 3,25. A tendência é de novas altas que serão impulsionadas pela maior demanda no fim do ano e a falta de previsões para o aumento da oferta de bovinos no mercado.

O custo de produção de cada quilo de carne suína gira em torno de R$ 2,50. Somente no acumulado da primeira quinzena de setembro foi registrada alta de 4,1% nos preços da carne suína.

Em relação ao aumento dos custos de produção, o impacto está reduzindo a margem de lucro, porém, na avaliação de Cardoso Penna, o encarecimento do milho poderá beneficiar o setor em 2011, já que vai estimular o plantio da próxima safra.

“Os produtores estavam desestimulados com os preços baixos e poderiam diminuir ainda mais a produção do cereal na próxima safra. A conseqüência para a suinocultura poderia ser mais significativa neste caso, já que uma redução ampla poderia restringir a oferta do produto no mercado promovendo um aumento superior aos registrados atualmente”, disse.

De acordo com os dados do Centro de Pesquisa em Economia Aplicada (Cepea), as cotações do milho continuam em alta no mercado interno. Entre 20 e 27 de setembro, o preço do cereal subiu 2,75%, fechando a R$ 25,82 por saca de 60 quilos. Na parcial do mês (até o dia 27 de setembro), a alta ficou em 16,6%.

Conforme levantamentos do Cepea, o mercado é guiado pela demanda firme de consumidores brasileiros, pela contínua elevação das exportações e pelo clima desfavorável na maioria das regiões produtoras de milho da safra de verão, o que tem trazido preocupações sobre a oferta no próximo ano.

Avicultura – No caso da avicultura, mesmo com a alta nos preços e na demanda pelos produtos, o encarecimento dos custos reduziu significativamente o lucro dos produtores. O quilo do frango gira em torno de R$ 3. Para gerar rentabilidade seria necessário que a carne fosse comercializada a, no mínimo, R$ 3,30.

Entre julho e a primeira quinzena de setembro foi registrada alta de 23,52% nos preços do frango vivo posto na granja. A alta tem como principais fatores o aumento significativo do boi gordo, o que favoreceu a substituição da carne bovina pela de frango, e a retomada da demanda internacional pelo produto, o que promove o equilíbrio entre a oferta e a demanda.

“Houve um aumento nos preços das aves, devido à elevação da demanda. Em compensação foi registrado incremento mais expressivo nos preços do milho que passou de R$ 16 a saca de 60 quilos para R$ 28 em apenas dois meses. Todos estes fatores voltaram a causar prejuízos para os produtores”, disse o presidente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Antônio Carlos Vasconcelos Costa.

O impacto no setor não foi mais expressivo devido à recuperação das exportações mineiras de frango, que no período de janeiro a agosto de 2010, geraram uma receita de US$ 145 milhões, valor 25,83% maior que a registrada no mesmo período do ano anterior. A cotação média da tonelada de frango alcançou cerca de US$ 1.464, equivalente a uma alta de 17% na comparação com o valor pago nos oito primeiros meses do ano passado.

“O ritmo das exportações é crescente, porém ainda não foi suficiente para reduzir a oferta de frango no mercado interno. O setor precisa repensar o processo produtivo para que além da redução dos custos seja promovido o equilíbrio entre a oferta e a demanda”, avaliou.

Leilões – De acordo com Vasconcelos, com o intuito de reduzir os problemas do setor, a Avimig encaminhou ao governo federal um pedido para a realização de leilões de milho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Minas Gerais. “A intervenção do governo em relação à oferta do milho no mercado interno é fundamental para que os avicultores continuem estimulados a produzirem”, disse o presidente da Avimig.

O aumento nos preços do milho tanto no mercado interno como externo se deve à quebra da safra de trigo na Rússia e países da Europa, a alta das cotações domésticas do cereal tem preocupado os produtores de aves e suínos em todo o Brasil, os setores consomem cerca de 32 milhões de toneladas de milho por ano como matéria-prima para a ração dos animais.

De acordo com as informações divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), caso os preços do milho continuem a subir, o governo fará leilões de Valor de Escoamento da Produção (VEP). Nesse mecanismo, o governo paga aos consumidores que comprovarem a compra do milho dos estoques oficiais uma compensação do frete.