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Meio Ambiente

Biogás: proposta brasileira no México

Os dejetos da suinocultura e da avicultura, através de biodigestores, podem gerar energia elétrica e fertilizantes.

Biogás: proposta brasileira no México

Uma iniciativa para geração de energia a partir do biogás vai ganhar espaço na pauta brasileira de medidas que serão apresentadas na próxima Conferência Mundial do Clima, que a Organização das Nações Unidas (ONU) realizará, em novembro, no México. Trata-se de projeto desenvolvido na região Oeste do Paraná, com apoio de Itaipu Binacional. Neste mês de setembro, em reunião com representantes dos ministérios de Agricultura (Mapa) e do Desenvolvimento Agrárico (MDA), ficou acertado a promoção de três encontros ainda neste ano, no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com representantes de cooperativas, das federações da agricultura e demais entidades ligadas ao meio rural.

“Esses poluentes, que são geradores de diversos impactos ambientais, são uma oportunidade para criar uma nova fonte de riqueza no campo e esse é um conhecimento que precisa ser compartilhado”, afirmou o diretor-geral da Itaipu Binacional, Jorge Samek.  Os dejetos da suinocultura e da avicultura, quando não são devidamente tratados, geram gás metano, um dos principais causadores do efeito estufa, e que é 21 vezes mais poluente do que o gás carbônico. Durante a visita aos projetos da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, os técnicos do governo tiveram a oportunidade de conhecer um frigorífico de aves e uma granja de suínos.

Um dos projetos visitado pelos representantes do governo foi a Unidade Industrial de Aves da Cooperativa Lar, localizada em Matelândia, que conta com um dos maiores biodigestores que se tem registro no país. O biogás produzido ali alimenta geradores que suprem a eletricidade de todo o complexo entre as 6 horas e as 22 horas, de segunda a sábado. O sistema gera uma economia de energia entre R$ 250 mil e R$ 300 mil por ano, além de uma receita anual de R$ 500 mil com créditos de carbono.

O outro projeto visitado pela comitiva é a Granja Colombari, que conta com um plantel de 5 mil suínos, em regime de engorda. Os dejetos desses animais alimentam um gerador que produzi de 32 mil a 35 mil kilowatts-hora/mês. Como o consumo da propriedade é de 7 mil a 7,5 mil kilowatts-hora, a granja vende cerca de 25 mil kW-h mensais para a concessionária de energia do Paraná (Copel), com uma renda mensal de aproximadamente R$ 3.500,00. Além de se autoabastecer de energia e da renda com o comércio do excedente, ele economiza outros R$ 1 mil por mês com a produção de biofertilizante (subproduto do processo de geração do biogás).

Projetos como o da Lar e da Granja Colombari (Foto: Divulgação/Itaipu) ainda são raros no país pela falta de conhecimento técnico para a sua execução. Além disso, apesar de existir uma Norma Técnica da Aneel regulamentando esse tipo geração de energia, a Copel é a única concessionária no país que já ingressou nesse mercado. Também há desconhecimento sobre as possibilidades de crédito. Hoje, existem duas linhas de financiamento que podem viabilizar projetos de energia renovável em propriedades rurais: o Pronaf ECO e o ABC (Agricultura de Baixo Carbono).