Um produtor rural de Porto Ferreira, em São Paulo, está ganhando dinheiro com uma atividade pouco comum. Ele vende ovos de galinhas de raça pela internet para todo o Brasil. A entrega, acredite, é feita pelo correio.
Na vitrine do negócio, em cada baia uma raça, 20 ao todo. As mais procuradas são a carijó, a brahma light e a índio gigante. O criador Mário Salviato sempre trabalhou com galinha caipira. Há dois anos começou a comprar novas raças para aumentar a produtividade. “A primeira ave que comprei foi a índio gigante para melhoramento, pela fama que tinha. Deu certo, começamos a vender e fui procurando outras raças”, contou.
As galinhas passam o dia soltas nos piquetes. De manhã e à tarde, o criador recolhe os ovos. Uma pequena parte fica no sítio para formação de matrizes. Por semana, 50 dúzias vão para outras granjas.
Somente 5% dos clientes de seu Mário são da região. A maioria é de outros estados: Rio Grande do Sul, Pará, Bahia. As encomendas e a propaganda são feitas pela internet e para essa genética chegar até os compradores só tem um jeito: mandar os ovos pelos Correios.
Cada ovo é embalado no plástico bolha e a caixa é forrada com jornal. O pulo do gato, explicou seu Mário, é a serragem, que evita que o ovo se movimente pela caixa. Em uma leva, a encomenda de seis estados. O preço varia conforma a quantidade e a distância. Seu Nelson, do Rio Grande do Sul, pediu quatro dúzias e vai pagar R$ 170.
Caixa lacrada, hora de despachar as encomendas incomuns. A encomenda de seu Nelson já foi despachada, agora é só ele receber e fazer a parte dele por lá, colocar para incubar o quanto antes e esperar 21 dias para ter resultado.
De São Carlos, em São Paulo, até o destinatário em Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul, são mais de 1.200 quilômetros de distância.
A encomenda levou três dias para chegar até o destino. Seu Nelson Becker sempre trabalhou como funcionário público, mas há dois anos decidiu investir na produção de aves de raça. Pela internet, escolheu a índio gigante para começar o negócio. Os 24 ovos que chegaram são para expandir a produção. “Quando eu falo para meus amigos que mandei virem ovos via correio que comprei pela internet, causa estranheza em saber de que maneira eles vieram. Nesta remessa, dá pra ver que eles vêm superbem protegidos”, explicou seu Nelson.
Apesar da viagem, a eclosão é de cerca de 80%. Ele mostra orgulhoso o galo reprodutor que hoje tem 1,05 metro de altura e pesa sete quilos. “Atualmente estou refazendo plantela para posteriormente vender os pintos com idade de dois a três meses para os reprodutores”.
Seu Mário disse que, em dois anos que faz as entregas dos ovos pelo correio, até agora só recebeu uma reclamação de quebra.