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Nutrição Animal

Produção de ração no País cresce 4% em 2010

De janeiro a novembro de 2010 foram produzidas mais de 55 milhões de toneladas de rações, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal.

A produção da indústria de alimentação animal no Brasil deve registrar crescimento da ordem de 4% em 2010. De janeiro a novembro de 2010 foram produzidas mais de 55 milhões de toneladas de rações, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).
   
O Sindirações estima fechamento do ano com produção de quase 61 milhões de toneladas de ração que devem movimentar cerca de US$ 16 bilhões, além de dois milhões de toneladas de sal mineral com receita de US$ 1,1 bilhão.
 
Os produtores de cereais e oleaginosas acumularam grandes prejuízos durante o primeiro semestre. Desde então, o cenário sofreu rápida modificação e de julho a dezembro os principais insumos – farelo de soja e milho – foram pressionados por diversos fatores e corrigidos em média 25% e 40%, respectivamente.
   
O preço do farelo de soja praticamente compensou as perdas de janeiro a junho, enquanto o preço do milho acumulou grande salto, apesar de estoque suficiente para abastecimento do consumo local e atendimento das exportações.
   
“A ciclotimia persistente e imposta à curva de preço dos insumos compromete sobremaneira a dinâmica dos elos interligados na cadeia de produção. O risco é o setor de alimentação animal pressionado causar descompasso suficiente para comprometer os elos precedentes (fornecedores) ou subseqüentes (criadores), alguns precocemente, outros mais tardiamente, pela inibição do consumo de carnes pelo consumidor”, alerta Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindirações.
   
Ou seja, a capacidade de compra do consumidor é testada constantemente no varejo e determina seu índice de fidelidade à determinado tipo de carne ou alternativamente a substituição de uma por outra.
 
A alavancagem nas cotações de milho e farelo de soja se deu por conta da quebra da safra de trigo por problemas climáticos na Rússia; a tendência de uso crescente da indústria americana de biocombustível e introdução do E 15 que adiciona 15% de etanol à gasolina nos Estados Unidos; a adição de 5% de biodiesel de soja ao diesel no Brasil; a diminuição da área plantada e possível atraso na colheita da safrinha brasileira; a hipotética influência do La Nina sobre as futuras safras de soja no Brasil e na Argentina; o apetite voraz da China que em alguns anos se tornará um grande importador de milho e as previsões alarmistas da FAO para uma explosão demográfica e de consumo crescente até 2050.
   
De acordo com Zani, é importante salientar que os mercados agrícolas – milho, soja, etc. – têm sofrido com a extrema instabilidade provocada por investidores que retomaram o interesse pelas commodities por conta da farta liquidez global, pífio crescimento da economia e expansão monetária nos Estados Unidos, além dos sinais inflacionários na China.
 
AVICULTURA DE CORTE
A avicultura de corte, setor de maior demanda no país deve acrescentar mais 5% à ração consumida em 2010 e demandar mais de 29 milhões de toneladas. A sobrevalorização da moeda local prejudicou a quantidade de frango exportada que até novembro acumulava crescimento de 6%. A rentabilidade do produtor, por sua vez, foi em parte comprometida pelo custo da ração que aumentou significativamente. O preço do frango no varejo se sustentou, pois a arroba do boi acima dos R$ 100,00 não mostrou sinais de arrefecimento. A demanda per capita de frango no Brasil deve alcançar 42 kg nesse ano, em resposta à produção estimada de quase 12 milhões de toneladas.

 
AVICULTURA DE POSTURA
A produção de ração para poedeiras deve quebrar a barreira das 4,8 milhões de toneladas em 2010, apesar do alojamento de pintainhas 30% maior do que o informado pelos produtores em 2009. A alta do milho e do farelo de soja para alimentação das poedeiras prejudicou a rentabilidade do produtor, apesar do preço do ovo ter se recuperado no segundo semestre.
 
BOVINOCULTURA DE CORTE
O setor de alimentação animal para bovinos de corte deve compensar as perdas acumuladas em 2009 e a estimativa é produzir pouco mais de 2,5 milhões de toneladas com crescimento de quase 7% em 2010. A partir de julho houve melhora na relação de troca entre boi gordo e bezerro, porém abaixo do ideal. A matança de vacas em anos anteriores, a queda na taxa de confinamento, a restrita oferta de boi gordo por conta da longa estiagem, o descompasso nas relações comerciais entre bezerreiros, produtores, confinadores, frigoríficos e varejo, o consumo interno em ascensão e a retomada das exportações retroalimentaram o ciclo virtuoso de reajustes e alavancaram a arroba que superou a barreira dos R$ 100,00 no pico da entressafra.
 
BOVINOCULTURA DE LEITE
Apesar da estimativa de crescer quase 5% e produzir 4,6 milhões de toneladas de ração para bovinocultura leiteira, a quantidade demandada foi insuficiente para compensar a queda apurada em 2009. O comportamento dos preços do leite em 2010 foi atípico e caiu mesmo na entressafra, apesar da queda na produção e incremento na importação de lácteos. A longa estiagem disponibilizou pasto de baixa qualidade que exigiu maior uso de rações e concentrados inflacionados pelos custos do milho e farelo de soja que impactaram ainda mais o desempenho dos produtores leiteiros.
 
SUINOCULTURA
Apesar do crescimento de 11% na receita das exportações de carne suína até novembro, a estimativa para 2010 é consumir cerca de 15,4 milhões de toneladas de ração, em razão da estabilidade apurada no alojamento de matrizes industriais e de subsistência.  
 
2011- Os preços podem continuar pressionados pela hipotética influência do La Nina atrasando as futuras safras de soja no Brasil e na Argentina, pelo apetite voraz da China que em alguns anos tornar-se-á um grande importador de milho e as previsões alarmistas da FAO para uma explosão demográfica e de consumo crescente até 2050.  É importante atentar também para os mercados agrícolas que devem continuar sofrendo com a extrema instabilidade provocada por investidores que retomaram o interesse pelas commodities por conta da farta liquidez global, pífio crescimento da economia e expansão monetária nos Estados Unidos, além dos sinais inflacionários na China.   

Zani, afirma que a produção brasileira de rações ao longo de 2011 vai depender principalmente do crescimento das indústrias produtoras de aves e suínos influenciadas pelo desempenho das exportações, já que o mercado doméstico apresenta níveis de consumo bastante semelhantes aos dos países desenvolvidos.
 
 “O risco é o setor de alimentação animal continuar pressionado e causardescompasso suficiente para comprometer os elos precedentes (fornecedores) ou subseqüentes (criadores), alguns precocemente, outros mais tardiamente, pela inibição do consumo de carnes pelo consumidor”, alerta o vice-Presidente Executivo do Sindirações.
   
Ou seja, a capacidade de compra do consumidor é testada constantemente no varejo e determina seu índice de fidelidade a determinado tipo de carne ou alternativamente a substituição de uma por outra. O setor de alimentação animal é bastante influenciado pelas decisões e capacidade de compra do consumidor e suas exigências em relação ao suprimento e segurança dos alimentos.
 
O Sindirações, por sua vez, dará seqüência á promoção da sustentabilidade econômica, social e ambiental da cadeia de produção animal brasileira, alinhado à sua missão de ser a voz da indústria de alimentação animal, construindo um ambiente competitivo adequado e colaborando para a produção do alimento seguro, defendendo a ética nos negócios, o comércio justo, a isonomia e eficiência regulatória, sempre tomando decisões baseadas em evidências científicas. Já o Governo deveria tomar a iniciativa de controlar os gastos públicos a fim de permitir queda dos juros reais e diminuição da carga tributária para que o setor privado pudesse investir mais e o produto brasileiro ganhar mais competitividade no cenário internacional.