Com a implantação de uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Mato Grosso, os suinocultores acreditam que as novas tecnologias chegarão ainda mais rápido às granjas do Estado. O gerente administrativo da Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues de Castro Júnior, ressalta que a parceria contribuirá para a agregação de valor e para o aumento de produtividade. Os produtores estão otimistas e acreditam que apesar da Embrapa ter se instalado no Estado para atender as necessidades da pecuária, também dará atenção para outras atividades como suinocultura, avicultura, fruticultura e várias outras.
Custódio conta que no último mês de agosto foi assinado um protocolo de intenções entre Embrapa e Acrismat. Segundo ele, este ano as duas entidades ainda trabalham em definições e planejamento, mas já no início de 2011 começam os trabalhos de campo. “Estamos elencando as prioridades”.
No último dia 22 houve mais um reforço para a suinocultura brasileira. A Embrapa assinou um acordo de parceria com a Sadia. O objetivo principal é o desenvolvimento de estudos na área de genômica de suínos. Custódio diz que Mato Grosso também será beneficiado com mais esta parceria. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia/SC) Mônica Corrêa Ledur, que lidera o projeto, a expectativa, dentre outras, é melhorar a sustentabilidade econômica do setor de suinocultura, manter a competitividade de programas nacionais e fortalecer o desenvolvimento de pesquisas científicas avançadas em áreas estratégicas e inovadoras. “Os avanços possíveis dessa pesquisa são em relação à melhoria do plantel e do material genético de suínos. Esperamos, ainda, contribuir para a sustentabilidade da suinocultura nacional e a manutenção da competitividade do setor com o programa de melhoramento”.
A ideia é gerar conhecimento, utilizando as populações de animais para identificar genes ou marcadores com metodologia genômica. Depois de identificar tais características, as metodologias serão testadas. A partir daí, o genótipo dos animais serão incorporados à seleção tradicional e com isso será possível obter ganhos elevados por meio do melhoramento genético. “A ideia é juntar pessoas com conhecimentos específicos, em diferentes áreas e, com isso, fortalecer e otimizar o nosso ganho tanto na geração de conhecimento quanto na aplicação. Geramos conhecimento sempre com a intenção de ver a aplicação disso no campo. Isso vai beneficiar produtores e consumidores”.
Para o presidente da Embrapa, Pedro Arraes, esse é um exemplo de modelo ideal de projetos em melhoramento genético. “Temos 53 projetos neste setor e precisamos estabelecer uma discussão sobre eles com uma visão de futuro. O modelo que temos é um exemplo de como precisamos visualizá-los” O orçamento para o projeto é de cerca de R$ 6,5 milhões, para quatro anos, sendo que a contrapartida da Sadia é de aproximadamente R$ 5,3 milhões.