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Economia

Rédeas nas importações

Governo está atento à alta das importações, diz Lula. Presidente diz que pode adotar mais ações para equilibrar balança.

Rédeas nas importações

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, ontem, que o governo poderá implementar novas ações para diminuir as importações e ajudar no equilíbrio da balança comercial. A declaração foi feita depois de cerimônia de lançamento do carro elétrico que será produzido pela Mitsubishi do Brasil, ao ser perguntado se poderia haver alguma medida para evitar a alta das importações.

“Pode ter. Na hora em que o Miguel Jorge (ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) me disser que as importações estão incomodando, nós iremos tomar medidas”, disse. Segundo o presidente, por enquanto o que o ministro acha não é isso. “O que ele acha é que a gente não tem que diminuir as importações, mas continuar trabalhando para aumentar as exportações”.

Além de Miguel Jorge, o ministro da Fazenda, Guido Mantega e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também estão, de acordo com Lula, orientados a manter a atenção “24 horas por dia”. Segundo o presidente, “a gente vai tomando as medidas na hora certa em que tiver que tomar as medidas”. Ele disse que agora a balança comercial está favorável, com uma perspectiva de US$ 195 bilhões de exportações, gerando superávit comercial.

Lula ressaltou que, durante a crise financeira internacional, ele sempre foi contrário à implantação de restrições comerciais, pois era preciso que o Brasil vendesse e comprasse mais. Segundo o presidente, isso fez com que o Brasil se “saísse bem” durante aquele período. Mas confirmou que existe uma preocupação geral com a guerra cambial em curso no mundo. “Todo mundo está percebendo que existe uma guerra cambial e nós precisamos, no G-20, discutir e dar uma solução definitiva para isso”, completou.

O presidente lembrou o aumento de 4% para 6% do IOF de investidores estrangeiros para comprovar que o governo age para evitar uma valorização excessiva do real perante o dólar. “Agora, é importante lembrar que o problema não é só do Brasil. Todas as moedas do mundo estão se valorizando diante do dólar, porque os Estados Unidos precisam encontrar uma forma de recuperar a sua economia”, disse o presidente.

O Ministério da Fazenda pode decidir por um novo aumento no Imposto sobre as Operações Financeiras (IOF), caso as medidas adotadas para conter a queda do dólar se mostrem insuficientes. A medida faz parte das opções que o governo tem para tentar frear a valorização do real, que inclui, também, a autorização para que o Fundo Soberano entre efetivamente no mercado de câmbio por meio da aquisição de moeda estrangeiras. O momento dessa intervenção está, segundo a área técnica da Fazenda, em avaliação no Tesouro Nacional.

A avaliação da Fazenda é que a área econômica possui “bala”, em uma expressão interna empregada pela área técnica, para segurar o dólar.