O mercado de soja voltou a pegar ‘fogo’ na Bolsa de Chicago. Impulsionado pelo bom desempenho do mercado de milho, a oleaginosa fechou o pregão de sexta-feira com fortes ganhos e, de quebra, estabeleceu novo recorde de preço para o contrato novembro/10. As valorizações também foram as principais responsáveis pelo saldo semanal positivo.
O contrato novembro/10 terminou a sessão cotado a US$ 10,69, em alta de 32,75 pontos no dia e de 38 pontos desde a sexta-feira passada. O maio/11 da safra brasileira, por sua vez, emplacou ganhos de 31 pontos na sexta-feira (17), registrou valorização de 36,75 pontos nos últimos cinco pregões e parou na cotação de US$ 10,8825 por bushel.
Antes do bom fechamento, o contrato da safra norte-americana bateu na marca de US$ 10,72, bem acima do antigo recorde de 2010, ali em US$ 10,5625, estabelecido no último dia 08 de setembro. Já o maio/11 alcançou a marca de US$ 10,8950 e também superou o antigo recorde de US$ 10,71 do mesmo dia 08.
O principal combustível para as valorizações da oleaginosa veio do milho, que não teve um dia de novos recordes, mas também conseguiu estabelecer algumas marcas importantes. O dezembro/10, por exemplo, bateu em US$ 5,1725 na máxima do dia, desempenho que não se via desde 02 de outubro de 2008, quando o vencimento variou da máxima de US$ 5,16 à mínima de US$ 5,0250.
As altas do milho, por seu turno, podem ser explicadas pela possibilidade de o quadro de oferta e demanda mundial ficar um pouco mais apertado. Uma semana depois de o USDA ter reduzido a safra norte-americana de 339,5 milhões para 334,3 milhões de toneladas, a meteorologia chinesa anunciou a possibilidade de as principais regiões produtoras da China ser atingidas por geadas.
O frio nessa época do ano é comum na China. Normalmente, as lavouras já estão prontas quando as geadas chegam. Na atual temporada, porém, a história é diferente em função do atraso no plantio. Existe, portanto, a possibilidade de quebra de produção. O curioso é que na quinta-feira (16) o governo chinês anunciava um novo recorde de produção de milho, mas agora já admite a possibilidade de perdas.
Na cola- Com o milho subindo, a soja tratou de avançar junto. Mesmo contando com um quadro de oferta e demanda mundial mais folgado e a despeito dos bons índices de produtividade que vêm sendo obtidos das primeiras áreas colhidas nos EUA, os futuros da oleaginosa subiram com força para, na opinião dos traders de Chicago, cumprir dois papéis. O primeiro é evitar que a soja perca muita área para o milho no próximo plantio norte-americano. O segundo é estimular a semeadura aqui na América do Sul, principalmente no Brasil, onde a atuação da La Niña, que já vem atrapalhando o início do plantio, pode provocar perdas nos índices de produtividade das lavouras do Sul do País.