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Cooperativas

Lucro da Coamo

Paranaense Coamo Agroindustrial estima queda da receita em 2010, com faturamento bruto de R$ 4,35 bilhões.

A paranaense Coamo Agroindustrial, uma das maiores cooperativas agrícolas da América Latina, prevê atingir neste ano um faturamento bruto de R$ 4,35 bilhões, menor do que em 2009, quando a empresa obteve receita de R$ 4,67 bilhões. O desempenho ocorre justamente na safra em que a movimentação de grãos será em torno de 40% maior do que a da temporada 2009/10.

Ricardo Accioly Calderari, diretor-secretário da Coamo, explica que o que acontece é que neste ano os preços dos grãos estão bem menores do que os fechados em 2009 pela cooperativa. “A saca de soja estava R$ 45 no ano passado, agora está em R$ 38, sendo que há alguns dias bateu R$ 33”, diz Calderari, sobre as cotações do Paraná.

O mesmo se deu com o milho, continua ele, que chegou a ser vendido a R$ 18 no ano passado no mercado paranaense e que atualmente está na casa dos R$ 14,50. “É difícil prever se esses preços vão continuar neste patamar, mas não vejo muito mais espaço para essas cotações avançarem. Os Estados Unidos estão tendo uma grande safra”, afirma Calderari.

Os 22,5 mil cooperados da Coamo vão avançar na produção de todas as culturas, segundo Calderari, de forma que a previsão da cooperativa é movimentar 89 milhões de sacas de 60 quilos (em torno de 5,3 milhões de toneladas) – entre soja, milho e trigo – ante as 65 milhões de sacas de 2009 (cerca de 3,9 milhões de toneladas).

A operação de soja vai crescer das 38 milhões de sacas da temporada 2009/10 para 53 milhões de sacas nesta safra. A de milho (duas safras) de 20 milhões para 25 milhões de sacas. A de trigo, de 6,5 milhões para 10 milhões de sacas. “A produção do cereal está com boa qualidade e os preços também estão bons, mas o mercado ainda está com poucos negócios”, lamentada Calderari, lembrando que ainda há estoques de trigo no mercado das colheitas de 2008 e de 2009.

Em 2010, a Coamo faz 40 anos e toca um plano de investimentos que tem como foco ampliar sua capacidade de armazenagem. Dos R$ 200 milhões que devem ser aplicados entre 2010 e 2012, R$ 170 milhões serão usados para modernizar e ampliar a capacidade de recebimento e estocagem de grãos.

Atualmente, a capacidade de armazenamento da cooperativa é de 2,83 milhões de toneladas, bem abaixo do volume que a empresa deve receber neste ano – 5,3 milhões de toneladas. O déficit de espaço estimado nas 43 unidades que receberão os investimentos foi de 15 milhões de sacas (900 mil toneladas) na safra passada. Armazéns e silos foram arrendados e parte desse volume chegou a ser guardado debaixo de lonas. Os aportes devem ampliar essa capacidade em 500 mil toneladas. Além de Paraná, a Coamo atua também em Santa Catarina e em Mato Grosso do Sul.