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Frigorífico

Frigorífico Frigol pede recuperação judicial

Com dificuldades financeiras, empresa segue os passos de grupos como Independência e Frialto.

A lista de frigoríficos em dificuldades financeiras está cada vez mais extensa. O Frigol, do interior de São Paulo, entrou com um pedido de recuperação judicial. O Frigol é um frigorífico de porte médio, com capacidade para abater 2,7 mil bois por dia e que gera 1,5 mil empregos diretos. A empresa está entre as 10 maiores do setor, mas distante dos gigantes JBS e Marfrig.

O perfil da companhia é parecido ao de outros frigoríficos que enfrentam dificuldades ou fecharam as portas. Entre os casos recentes estão Pantanal, Independência, Margen, Arantes, Frigoestrela e Frialto. O grupo Frialto já entregou à Justiça do Mato Grosso o seu plano de recuperação judicial. A empresa revelou que sua dívida é de R$ 564 milhões – R$ 453 milhões com os bancos e R$ 97 milhões com os pecuaristas, entre outros. O Frialto anunciou o pedido de recuperação judicial em maio.

O Frigol ainda não revelou o montante de suas dívidas. O diretor e sócio da empresa, Djalma de Oliveira, não quis dar entrevista. O frigorífico paulista produzia 200 mil toneladas de carne bovina por ano e exportava para diversos países. A companhia possui três unidades de abate: Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, onde está a sede da companhia, Água Azul do Norte, no Pará, e Pimenta Bueno, em Rondônia. Essa última foi inaugurada em janeiro.

Segundo fontes do setor, o Frigol estava atrasando o pagamento dos fornecedores, mas, mesmo assim, a notícia pegou pecuaristas e concorrentes de surpresa. “Não entendo as razões disso. O Frigol sempre foi uma empresa sólida e com boa gestão”, disse Péricles Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Uma fonte ligada à companhia disse ao jornal “O Estado de São Paulo” que os dirigentes do Frigol fizeram uma peregrinação pelo governo federal em busca de crédito para reerguer a empresa. Bateram em todas as portas: BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Mas não tiveram sucesso.

A crise global secou os fluxos de crédito privado para o setor de frigoríficos e o Frigol começou a enfrentar dificuldades para organizar seu fluxo de caixa. Nos últimos dois anos, a empresa trabalhou com margens de lucro reduzidas. Tenta conseguir crédito há 14 meses.