O Estado do Rio Grande do Sul, que já foi um dos líderes nas exportações de frango ao negociar o correspondente a 25% do total nacional, vem perdendo mercado ao longo dos anos e já trabalha para reverter esse quadro. Números apresentados nessa segunda, dia 19, pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef) apontam que, no primeiro semestre, o Estado equiparou-se em volume e receita ao mesmo período de 2009, mas ficou em terceiro lugar no ranking nacional em exportações de carne de frango.
Apesar do avanço de 14,68% no volume de vendas nos primeiros seis meses do ano, ainda falta muito para retomar o patamar de 2005, quando era responsável por um quarto da exportação no Brasil. Com o objetivo de recuperar a posição de destaque, o segmento está mobilizado em busca de apoio do governo gaúcho. Na semana passada, representantes do setor reuniram-se com Ricardo Englert, secretário estadual da Fazenda, propondo medidas para aumentar a competitividade do Rio Grande do Sul.
“Solicitamos isonomia fiscal frente aos outros Estados. Só mudando a nossa política fiscal poderemos disputar em iguais condições. O secretário ficou de nos dar uma resposta em um prazo de 30 dias, e estamos confiantes”, avaliou José Eduardo Santos, secretário executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
Mesmo com os bons resultados apresentados pela região Sul, Francisco Turra, presidente da Ubabef, apontou uma possibilidade de crescimento também para outros Estados.
“Já conversei com o governador de Santa Catarina, com Yeda Crusius (governadora do RS) e pretendo ainda falar com o governador do Paraná. Se o ambiente não for favorável para a avicultura no Sul, a tendência é ir para o Centro-Oeste, porque lá tem milho barato, soja barata, área disponível e apoio. E essa migração pode ser muito rápida”, alertou.
Em dados gerais, a receita cambial das exportações de carne de frango no País somou US$ 3,11 bilhões no acumulado do ano até junho, representando alta de 15% ante o mesmo período de 2009. O Oriente Médio incrementou em 0,5% os negócios com o Brasil e foi o principal comprador, seguido da Ásia e da União Europeia (UE). Um dos fatores preocupantes, apontou Turra, é justamente a UE e suas restrições. Segundo o dirigente, o Brasil está preparado para lutar contra as barreiras adotadas pelo bloco depois da crise financeira mundial na Organização Mundial do Comércio (OMC).