A família Schrank, de Rio Claro (SP), trabalha com atividade granjeira há mais de 30 anos. Eles sabem que a granja precisa de reformas, mas não sabiam que seriam necessárias tantas mudanças. “De momento a gente não poderia estar no barracão de granjas sem se banhar. Para isso eu teria que construir banheiros com chuveiros”, diz a criadora de frango, Simone Schrank.
As exigências do Ministério da Agricultura, como por exemplo: mudanças na estrutura e alguns procedimentos sanitários, não estão sendo cumpridas pelos criadores. E o motivo é que não está sobrando dinheiro, porque a margem de lucro está muito pequena.
“É bastante o gasto com a granja, sobra menos da metade para nós, a maior parte vai para a despesa. Se tivesse lucro tudo bem, mas não é o que está acontecendo”, diz o criador Dinael Schrank.
Pelas contas da família, todas as adaptações vão custar 40 mil reais, o equivalente a dois anos e meio de trabalho. As mudanças teriam que ser feitas até o fim do ano, mas o prazo foi prorrogado para dezembro de 2012. Mesmo assim, eles acham que não vão conseguir fazer as reformas.
Além de restringir a circulação, a instrução normativa também estabelece mudanças na estrutura. A tela deve ter um diâmetro menor, de no máximo, dois centímetros. Além disso, o galpão precisa ter ao redor uma cerca de isolamento de no mínimo um metro e meio, com um afastamento de cinco metros.
A norma também trata de futuras construções. Por exemplo, qualquer novo estabelecimento precisa ter uma licença ambiental emitida pelo órgão de fiscalização de meio ambiente municipal, estadual ou federal. Quem não fizer as adaptações, vai ficar impedido de entregar frango para os abatedouros. A família diz que algumas empresas já estão pressionando os criadores”.