O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, viaja para Bruxelas (Bélgica), nesta sexta-feira (9), à frente de missão oficial do governo brasileiro para reuniões técnicas com comissários da União Europeia (UE). Na pauta dos encontros, temas considerados vitais para a agricultura brasileira, como rastreabilidade animal, exportação de carne e reforço nos mecanismos de consulta em temas sanitários e fitossanitários com a UE.
Wagner Rossi considera a missão importante para a expansão das relações comerciais. A questão da rastreabilidade animal é um dos pontos a serem abordados. “Seria um avanço à agricultura brasileira se a União Europeia deixasse ao Brasil o papel de indicar as fazendas credenciadas a exportar carne para aquele mercado”, afirma. Atualmente, duas mil fazendas estão habilitadas. Rossi ressalta que serão analisadas também as condições para o cumprimento da cota Hilton. “O Brasil tem interesse em cumpri-las”.
Na próxima semana, Rossi e os secretários de Relações Internacionais, Célio Porto, e de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, terão reuniões de alto nível com autoridades europeias. Estão previstos encontros com os comissários de Saúde e Defesa do Consumidor, John Dali, e de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Dacian Ciolos.
O ministro deve formalizar um convite para a visita dos comissários ao País. Ele quer estender a proposta da vinda de missões das áreas de saúde e defesa do parlamento europeu, para que obtenham mais informações sobre a produção pecuária nacional. Em destaque programas de monitoramento, como o Boi Guardião, entre outros considerados inovadores na busca de proteção ao meio ambiente.
A agenda oficial prevê audiências com os presidentes das comissões de Agricultura do Parlamento Europeu, deputado Paolo de Castro, e de Comércio Internacional da UE, deputado Vital Moreira.
Encontro com dirigentes da União Europeia do Comércio de Bovinos e da Carne também está previsto para a segunda-feira (12). A missão oficial deve regressar ao Brasil na quinta-feira (15).
O programa da missão contempla, ainda, as normas para autorização de uso dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) no Brasil e na UE, que tem estabelecido tolerância zero para a presença não intencional de OGMs não autorizados para aquele mercado. “O ideal seria que eles estabelecessem níveis mínimos de tolerância para esse tipo de situação, em torno de 0,1 a 0,2%“, ressalta Wagner Rossi.
O ministro considera a missão importante para destacar algumas mudanças que vêm sendo conduzidas pelo governo no processo produtivo da agricultura brasileira. Ele quer enfatizar ações para redução da emissão de gases de efeito estufa, em implementação pelo governo federal.
Em junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), idealizado pelo Ministério da Agricultura, para incentivar as atividades produtivas rurais com tecnologias que permitam a redução de gás carbônico (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso – nos próximos dez anos.