As principais potências comerciais atacaram ontem a Argentina por barreiras na importação de produtos alimentícios, em um comitê da Organização Mundial do Comércio (OMC) que normalmente antecipa futuras disputas entre os parceiros.
A União Europeia abriu fogo reclamando que uma nota interna do governo argentino restringiu a importação de alimentos desde maio, atingindo também exportações europeias devido aos longos atrasos no fornecimento de certificados para liberar as mercadorias.
Estados Unidos, Canadá, Austrália, Noruega, Suíça, Japão e a Colômbia reforçaram as críticas europeias, reclamando que a Argentina faz o contrário do que se comprometeu no G-20 – de não adotar novas barreiras comerciais.
A Argentina reagiu, dizendo que durante os primeiros cinco meses do ano suas importações originárias da UE – incluindo suco, pastas, arroz, chocolate, produtos enlatados – teriam aumentado substancialmente.
A nota interna do governo teria propósito apenas de “monitoramento”, segundo a Argentina, e restrições teriam atingido alguns contêineres isoladamente.
O governo argentino aproveitou o debate na OMC para sugerir que os parceiros examinem suas próprias práticas. Exemplificou que seus exportadores tentam há anos vender trigo para o Japão, sem sucesso até agora.