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Cooperativas

Nova regra pode facilitar processos de união

Governo Federal avalia alterar as regras de financiamento a cooperativas para auxiliar processos de incorporação e fusão entre essas sociedades.

Nova regra pode facilitar processos de união

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) solicitou ao ministro da Agricultura, Wagner Rossi, alteração na linha de crédito Prodecoop para financiar a compra de ativos não-financeiros entre os grupos.

A modificação na regra do programa de R$ 2 bilhões seria “fundamental” para auxiliar as negociações entre as cooperativas. “Pedimos para mudar o Prodecoop para que as cooperativas possam adquirir ativos imobilizados usados” diz o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas. A linha oferece juros de 6,75% ao ano, prazo de 12 anos para pagamento e carência de três anos. Para financiar novos itens, será necessária a autorização do Conselho Monetário Nacional (CMN). “Com crédito, uma cooperativa poderia comprar parte do patrimônio de outra, como máquinas, silos, armazéns, secadores e até indústrias. Isso facilitaria o processo de incorporação”.

As recentes negociações entre cooperativas para atuação conjunta, como as tratativas entre a mineira Itambé e centrais lácteas do Paraná e Goiás, são uma “tendência inevitável” no ramo agropecuário. “Estamos jogando o jogo do posicionamento estratégico futuro”, avalia Freitas. “Antes, ficava sempre como o grande engolindo o pequeno, mas hoje já se vê um entendimento importante entre os dirigentes”.

O presidente da OCB admite haver resistências nas conversas de fusão e incorporação entre os grupos, mas entende ser necessário fortalecer o movimento. “Tem resistências, as coisas não acontecem por amor. Ainda é doloroso, mas é inevitável essa tendência de redução grande de cooperativas agropecuárias”, diz. “O principal é evitar a absorção apenas dos cacos”.

O governo avalia de forma positiva o movimento “intercooperativo”, mas aposta que o modelo de criação de consórcios de cooperativas pode trazer ainda mais benefícios ao segmento. O secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Márcio Portocarrero, reconhece a necessidade de alguns grupos em fundir-se a outros, mas defende mais estímulos aos consórcios. “Talvez, este seja um caminho melhor”.

“Não é preciso alterar estruturas nem abrir mão de marcas. Cria-se uma terceira empresa, uma espécie de holding, para tocar os negócios, como comprar insumos e vender em maior escala”, afirma.

No futuro, Portocarrero aposta no “consórcio de indústrias”. E cita como exemplo a sul-mato-grossense CCAB em defensivos e a paranaense Coonagro em fertilizantes. “Há algumas estão se fundindo por necessidade de agregar industrialização, mas alguém tem que abrir mão de poder. Perde-se muito tempo discutindo sobre ativos, passivos, patrimônio. É mais difícil”, argumenta.