A alta do dólar voltou a provocar forte queda das commodities nessa sexta-feira (4). O índice CRB, que representa uma cesta de matérias-primas, entre metais, energia e agrícolas, caiu 2,33% e fechou a 248,94 pontos. Duas notícias estimularam as vendas: problemas fiscais na Hungria e dados piores do que o esperado sobre o emprego nos Estados Unidos. Elas tornam mais aparente a fragilidade dos mercados.
A sensação é de que a economia pode não se recuperar tão bem como se imaginava. Investidores se afastaram de commodities e ações, considerados ativos de maior risco, e buscaram a segurança do dólar. E o dólar forte torna as commodities mais caras para quem usa outras moedas. Além disso, o consumo de matérias-primas tende a ser abalado quando a economia se desacelera.
Em Chicago, os grãos tiveram queda expressiva. A soja recuou 2,09% e o trigo, 1,36%. O milho para entrega em julho fechou no menor preço em oito meses, a US$ 3,40 por bushel, baixa de 2,72%. Influências de outros mercados foram cruciais. O petróleo, por exemplo, desabou 4,15%. Como nos Estados Unidos a maior parte do etanol é de milho, o preço tende a cair para manter a competitividade. O clima bom para a safra também serve de âncora para os preços.
O açúcar contrariou a tendência em Nova York. A demanda para exportação e as compras de especuladores puxaram alta de 3,79%.