Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Economia

Culpa do BNDES

Abrafrigo responsabiliza BNDES pela crise nos pequenos e médios frigoríficos. Para a entidade, setor está pessimista com o futuro.

Culpa do BNDES

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) distribuiu nota, no final da semana passada, responsabilizando o BNDES pela crise pela qual passa o setor de pequenas e médias empresas da área de carnes. “A ausência de políticas de financiamento do BNDES, destinadas ao atendimento do setor de pequenos e médios frigoríficos, continua deixando o setor fragilizado e pessimista sobre o seu futuro. O pedido de recuperação judicial apresentado pelo Grupo Frialto, empresa tradicional e bem conceituada no mercado de carnes, com 2.500 funcionários e composto pelas sociedades Vale Grande Indústria e Comércio de Alimentos, Agropecuária Ponto Alto Ltda e Urupá Indústria e Comércio de Alimentos Ltda, é mais um exemplo de como o BNDES se mostra insensível para as necessidades das pequenas e médias empresas”, disse Péricles Salazar, presidente da entidade.

Para ele, “o problema do Frialto estende a desconfiança para os produtores e o sistema financeiro, levando mais dificuldades para toda a cadeia produtiva. Temos conhecimento que o próprio Frialto requereu financiamento do BNDES e não foi atendido. Assim como esta empresa, outras de igual porte têm sido barradas, inexplicavelmente.”
Segundo a Abrafrigo já há os casos dos frigoríficos Quatro Marcos e o Independência que estão em processo de recuperação judicial porque não conseguiram crédito no BNDES para continuar atuando normalmente e, antes da crise do Frialto, havia 15 plantas em recuperação e agora elas somam 18 somente no Mato Grosso.
O grupo Frialto possui quatro unidades em Mato Grosso, sendo uma em fase de construção, e, no último dia 25 de maio, entrou com um pedido de recuperação judicial na Comarca de Sinop para evitar perdas patrimoniais até que uma solução seja encontrada, seja por meio da tomada de crédito ou venda dos ativos. As dívidas do grupo estão estimadas em R$ 400 milhões.  O grupo possui uma capacidade de abate diária de 2.479 animais, num universo de cerca de 17 mil em Mato Grosso. A receita anual é de R$ 1,2 bilhão e, em 2009, a empresa já havia reestruturado parte de suas dívidas com credores financeiros negociando ao redor de R$ 360 milhões, não conseguindo, no entanto, novas linhas de crédito. Conforme comunicado publicado no site da empresa, o Frialto pediu recuperação judicial “para assegurar a continuidade operacional das unidades frigoríficas em atividade” e tem 60 dias para apresentar o plano de recuperação à Justiça.  O prazo para aprovação do plano pela Justiça é de 180 dias, período em que a empresa fica protegida contra ações e execuções.
“A Abrafrigo apela para as autoridades no sentido de que o BNDES também apóie as pequenas e médias empresas, porque entende que ajudá-los a se recuperar e permanecer no mercado significa amparar milhares de produtores pecuaristas fornecedores e todo o conjunto de atividades que orbitam ao redor destes frigoríficos”, finalizou Salazar.