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Crescimento de SC

Indústria catarinense deve investir pelo menos R$ 2,5 bilhões até 2012. Veja onde estão as oportunidades de negócios.

Crescimento de SC

Depois de um ano em que os efeitos da crise ainda respingaram sobre o desempenho econômico, a indústria catarinense está pronta para voltar a crescer. Em 2010, o setor irá investir um total de R$ 1,4 bilhão principalmente na aquisição de máquinas e equipamentos, atualização tecnológica e desenvolvimento de produtos. O montante é 16% superior à média dos últimos cinco anos – cerca de R$ 1,2 bilhão. Até o fim de 2012, o Estado deve receber investimentos na ordem de R$ 2,57 bilhões, valor que deve ser ainda maior por dois motivos: grande parte das indústrias ainda não definiu planos para o período e outras, inclusive estrangeiras, já manifestaram interesse em vir para Santa Catarina, o que sinaliza boas perspectivas de emprego e renda.

As informações são do estudo Desempenho e Perspectivas da Indústria Catarinense, elaborado pela Federação das Indústrias (Fiesc) com o apoio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que ouviu 135 indústrias de 20 segmentos. Divulgada semana passada, a pesquisa oferece informações referentes ao valor dos investimentos industriais realizados em 2009, a fonte dos recursos utilizados e a sua finalidade, além de apontar as principais preocupações do empresariado e os setores com melhores perspectivas de expansão. Nesta edição do Noticenter, você pode baixar o documento na íntegra para analisar onde estão as oportunidades de negócios.

CAUTELA AINDA É A PALAVRA-CHAVE

Os valores investidos pela indústria catarinense em 2009 somaram R$ 1,2 bilhão. O montante representou uma queda de 43% em relação a 2008, quando foram aplicados R$ 2,1 bilhões. O resultado já era esperado em função da crise mundial, que minou a confiança das empresas. Um ponto, no entanto, merece ser destacado: 2008 foi considerado um ano atípico, com valores bastante superiores em relação aos outros anos. Não é, portanto, parâmetro relevante.

Os indicadores são encarados de maneira positiva. Mesmo em meio à turbulência financeira, as indústrias mantiveram a média de investimentos realizada nos últimos cincos anos. Mas mesmo com as perspectivas de melhorias nos índices, cerca de 65% das indústrias que afirmaram ter voltado aos níveis de atividade pré-crise estão cautelosas com relação aos investimentos.

METALURGIA LIDERA LISTA

O setor catarinense de metalurgia básica foi o que mais investiu em 2009. No total, foram R$ 340,7 milhões, 28% do total do Estado. Em seguida aparecem os segmentos de Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos e Produtos Alimentícios e Bebidas, ambos com cerca de R$ 213,2 milhões (17,6%). As áreas com menor número de valores foram Equipamentos de Transporte, com R$ 1,17 milhão, e Couros e Artigos de Viagem, com R$ 1,95 milhão.

Indústrias de nove dos 20 gêneros de atividades consultados revelaram não ter realizado investimentos no ano passado. Entre os motivos apontados estão as incertezas quanto à recuperação do mercado em função da crise, a queda nas vendas, menor exportação, baixa do dólar, elevação de custos e excesso de burocracia. Mas o cenário para este ano deve mudar. Apesar de o momento ser considerado de recuperação das atividades e de busca pelo equilíbrio financeiro, cerca de 68% das participantes da pesquisa estão dispostas a investir em 2010.

O DESEMPENHO CATARINENSE

Em 2009, Santa Catarina respondeu por 4,2% das exportações brasileiras, ocupando a décima posição no ranking. De janeiro a dezembro, as vendas externas do Estado chegaram a US$ 6,4 bilhões, baixa de 22,6% em relação ao ano anterior, acompanhando o resultado do Brasil (-22,7%). As importações também sofreram baixa, de 8,2%, somando US$ 7,3 bilhões. A variação foi menos acentuada do que a queda nas importações brasileiras (-26,2%). Os indicadores levaram a balança comercial catarinense a ter o primeiro saldo negativo da sua história: US$ 857 milhões.

As carnes e miudezas de frango, apesar da retração de 17,3%, seguiram como os produtos mais exportados por Santa Catarina, atingindo US$ 1,44 bilhão. Em seguida aparece o fumo, com US$ 797,4 e expansão de 8,3%. Os Estados Unidos, principal parceiro comercial do Estado, compraram menos em 2009. Foram US$ 745,7 milhões, queda de 34,5%. Da lista dos dez maiores , apenas Hong Kong aumentou o volume: cerca de 10% (US$ 254,1 milhões).

PRODUÇÃO E VENDAS REGISTRAM QUEDA

A produção industrial catarinense recuou 7,75% no acumulado do ano. As piores retrações foram registradas nos segmentos de Veículos Automotores (54,5%), Metalurgia Básica (28,6%) e Borracha e Plástico (21,1%). Os únicos setores a apresentar variação positiva foram o de Alimentos (1,6%), Minerais não Metálicos (0,3%) e Máquinas, Aparelhos e Materiais Eletrônicos, com alta de 12%.

As vendas encerraram 2009 com queda de 6,6% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, o nível de emprego se manteve estável, inclusive apresentando um leve crescimento de 0,41%. A tendência é de que em 2010 a indústria retome o crescimento gradualmente e de maneira sustentada.