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Linha de crédito auxilia produção de suínos

Produtores mineiros comemoram medida e poderão obter empréstimo para retenção de matrizes.

Redação (25/02/2009)- A suinocultura brasileira será beneficiada com a reabertura de uma linha de crédito para retenção de matrizes, na qual cada produtor poderá obter um empréstimo de até R$100 mil junto às instituições financeiras. A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), tomada no dia 19 de fevereiro, concederá prazo de pagamento do financiamento em até dois anos, com taxa de juros de 6,65% ao ano.

Minas Gerais ocupa hoje o 4º lugar no ranking nacional com um plantel de cerca de 220 mil matrizes e produção que gira entre 400 mil e 450 mil toneladas de carne suína por ano. Para os produtores mineiros a linha de crédito será de extrema importância para a manutenção do plantel. “Um financiamento para retenção de matrizes neste momento é importante para que o suinocultor possa continuar produzindo. O financiamento concederá uma certa segurança para o produtor, mas apenas adiará a resolução do problema” afirmou José Arnaldo Cardoso Penna, vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado e Minas Gerais (Asemg).

Atualmente, o quilo do suíno vivo entregue no frigorífico está em torno de R$ 2,20. No início de 2009, o valor era de R$ 2,50 por quilo. Nas últimas semanas de 2008 o quilo do animal vivo era comercializado a R$ 3,00 e, desde então, o produtor está amargando prejuízos. O mercado suinícola trabalha hoje com valores que não remuneram. Existe muita especulação, o que afeta bastante o setor que vem sofrendo com um valores que não pagam os custos do produtor.

Segundo José Arnaldo o custo atual deixa um prejuízo entre R$ 40 e R$ 50 por cada suíno de R$ 100 quilos, explicou. “Quem capitalizou ainda suporta o prejuízo por cerca de um mês. Mas os descapitalizados vão ser obrigados a reduzir os investimentos na atividade e abater mais matrizes nas propriedades”.

Possibilidade

A necessidade atual do setor envolve mais recursos para o custeio do plantio, uma vez que apenas a ração representa algo entre 70% e 75% dos custos. Caso haja um financiamento para a formação de estoques de milho e soja, ajudaria a resolver o problema. Mas, isso teria que ser feito antes que os preços das commodities despenquem ainda mais e esse cenário seja repassado para o segmento de grãos, comentou o dirigente.

Penna acredita que a partir de março o consumo de carne suína deverá ser estimulado pelo clima mais frio e os preços deverão ser reajustados. "Ainda é difícil prever, mas acreditamos em uma recuperação nos preços do suínos no período que deverá ficar em torno de 5% por quilo do animal vivo entregue no frigorífico", projetou .